domingo, 15 de julho de 2012

SENTIMENTOS



Todo ser humano tem sentimentos.
Sejam estes maus
Como o ódio, o rancor, a amargura
Ou sejam benévolos, sublimes,
Como a amizade, o afeto, o amor...

Os sentimentos
Têm sua importância
Conforme o uso que deles
O homem venha a fazer,

Pois se usares
Os teus sentimentos na prática do Bem
Receberás em troca, em retribuição
Tudo quanto tiveres feito:
Serás amadado e querido por muitos.

No entanto, se cultivares sentimentos malévolos
E se malevolamente os empregares
Odiando, guardando mágoas no coração,
Na certa, alguém te há de odiar
Com rancores
Pois o mal atrai o mal!...

Se te deixares vencer pelos maus sentimentos
A amargura será tua eterna companheira
Fazendo morada em teu coração
E o tédio, o desespero, o desengano
E a desventura jamais te abandonarão...

Não, amigo! Não incorras no erro
De guardar rancor em teu coração,
Pois o ódio mata,
O rancor é veneno letal...

Retira, pois, as mágoas de teu coração,
Para que vivas tranquilamente.

(Para seres amado
Terás que amar;
Para receberes carinho
Terás que entregar-te
Totalmente em carícias
E para receberes ternura
É teu dever espalhar afeto em cada coração!)

Amigo,
Não te deixes dominar
Pelos maus sentimentos:
Vence-os
E serás feliz em teu viver!

Não se julgue vencido
Se não forem correspondidos
Os sentimentos teus
Não se esqueça que você
É filho de Deus
E que Ele te olhará sempre
Com carinho e com ternura...
Não te deixes dominar pelo tédio,
Mas procura viver os mais felizes momentos
Que a vida te dá!

Nas horas de vil melancolia
Procura a alegria
No profundo de tua alma
E encontrarás um transbordar de carícias,
De emoções, de nostálgica poesia...

Ainda que a vida pareça sem sentido
Ainda que tenhas a impressão
De que todos te negam o elementar direito
De ser feliz
Lembra-te que muito além do imenso Azul
Alguém na arquibancada do Destino
Torce por você, pelo teu sucesso final!

Se, com o coração desanuviado pelo amor,
Puderes ser feliz,
E se de teus mais tristes momentos
Fizeres os mais risonhos,
Se de tua vida
Fizeres uma canção de amor
Que encante os passarinhos,
Embeveça os homens
E faça ninar as criancinhas,
Se, afinal, de teu viver
Fizeres a mais bela poesia jamais escrita
Então terás alcançado a sublimidade
Da perfeição
E compreendido o verdadeiro sentido do amor,
O mais lindo, o mais esplêndido,
O mais sublime de todos os sentimentos!...

by Olímpio José de Araújo

sábado, 14 de julho de 2012

VITÓRIA-RÉGIA



no banzeiro
sonolento das marés
meu coração
se liquefez em mágoas
e ao olhar o reflexo
de jaci no espelho d'água
não resisti e me tornei
inexoravelmente
esta impoluta
flor noturna!

by Olímpio José de Araújo

sexta-feira, 13 de julho de 2012

EMBEVECIMENTO










Foi numa esplendorosa viagem
Que eu te conheci, minha querida!
Foste a razão maior da minha vida
E a minha alucinante miragem.

Beijava-me, lentamente, a aragem,
Quando perante mim, você, despida
E envolta na imaginária plumagem
Do meu grande amor, alma garrida,

A mim se entregava totalmente!...
E fizemos amor tão de repente
Sentindo o prazer delicioso

Das carícias, dos abraços, dos beijos
Que matando todos os meus desejos
Me fizeram sonhar um pleno gozo!...

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 11 de julho de 2012

SONETO DA FANTÁSTICA DESCOBERTA





Ah, poeta!... Morres em ficar calado
Embora teimes em manter-te vivo
A sentir o fel no gogó entalado
Da agonia de teu verso compulsivo!

Ah, poeta!... É tortuoso o teu traçado!
E teu olhar surreal, contemplativo,
Não esconde o segredo mascarado
De fazer-te da infâmia um adesivo!

Manchas com a cal de tuas vastas lágrimas
O branco do papel que é teu sonho
A fabricar teu mísero milagre! Mas

Isso não é tudo. Erras travestido
Pelos palcos teu teatro vil, medonho...
E descobres que é bom não ter morrido!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

terça-feira, 10 de julho de 2012

LUA DESMILINGUIDA


E a lua, vai, então, bem devagar,
Desmilinguindo-se - enevoada -
Prateando de ternura
Minha vida amargurada
E dura!


by Jayme Lorenzini García


segunda-feira, 9 de julho de 2012

LABIRINTO & LABORATÓRIO



ao Zack
Dormes sozinho nas noites sem lua
E dedicas teu "Monólogo" à vida
"Por Trás das Portas", vês sendo rompida
A inocência esvair-se pela rua!

(Chegando à "Última Estação" florida,
O "Poema Amargo" um gosto azul tressua;
E "O Navegante" leva na charrua
A moça de olhos secos falecida!

Não há sonhos do "Caos" no exórdio
E a flor de "Agosto" - flor-de-castidade -
Brota exangue sua doce perspicácia!)

No "Rio das Dores" descobres teu encórdio,
Te deixas ocultar na "Identidade"
Mas te revelas no "Livro de Acácia"!

Yara Cínthya Marcondes da Silveira

domingo, 8 de julho de 2012

NOTURNO MELGACENSE




Há uma poesia que nenhuma rima escreve.
No entanto, eu sinto-a, cá fora,
Impregnada nas coisas, no ar,
Nas poças d´água, no vento frio
Que se esbate em meu rosto
Na conversa das meninas
Que comentam no banco da Praça da Matriz
A mais recente
Atualização de status
No Facebook!
É uma poesia que se não pode
Apreender na rigidez métrica de um soneto
Na graciosidade de um haicai
Ou mesmo na exuberância
De um canto real
Ela cabe num martelo agalopado
E mesmo num rubai
Mas esquiva-se, faceira,
E sai saltitando nessa canção
Livre, em livres versos!

by Olímpio José de Araújo

sábado, 7 de julho de 2012

AO POVO A DECISÃO!



Darão ibope ao Boto Tucuxi
Os Sombras que pelas sombras estão!?...
Por que há tanta baixaria aqui e ali
Nesse período singular de eleição?

Quem vota é o povo! É o cidadão
De bem que escolhe o seu líder! Daí
Que o voto é arma, poder de decisão...
...E não boatos que se espalham por aí!

Quem hoje é um poço de honestidade
Há de amanhã se lambuzar na lama
Das falcatruas e conchavos mórbidos...

Deixem ao povo, pois, a liberdade
De votar em quem quiser sem drama...
Então nos poupem dos detalhes sórdidos!

by Jayme Lorenzini Garcia

sexta-feira, 6 de julho de 2012

ALÉM DO VÉU DA VIDA




Não cabe no soneto essa amargura
Não cabe no rondel essa tristeza
Talvez coubesse um pouco de ternura
Talvez coubesse um ramo de beleza!

Não cabe na balada a pedra dura
Não cabe no gazal essa aspereza
Talvez coubesse um pouco de brandura
Talvez coubesse um galho de fraqueza!

Olhar o horizonte e inundar-se
Dos mistérios ocultos no abismo
Da alma conturbada a charfurdar-se!

Esquecer esse inverso narcisismo
Liberdade do poema na catarse
Eis o que sonho... e quero... e cismo!...

terça-feira, 3 de julho de 2012

UM MÁGICO LUAR

 
Luar de julho
Me enteneces a alma!

(Não há nada mais gostoso
Que as mágicas carícias do luar!...)

Ó lua benfazeja
Enterneces-me a alma
E inundas meu coração
Do teu triste afeto;
Tua pálida e adocicada luz
Vem fazer companhia
À minha sombra solitária
E minha solidão
Esvai-se em ternura
Nesse mágico encontro!

Vem, ó senhora da noite,
E põe em meus lábios
A palavra-mistério
Que fará a minha Bem-Amada
Inebriar-se de paixão!

by Léo Frederico de Las Vegas

sábado, 30 de junho de 2012

POETA VIVO



Denunciar injustiças
Nas asas da lucidez
Deve ser a nossa liça
Em estado de viuvez
Ergamos de uma vez
Por aí aos quatro cantos
Nossa voz (ou nosso pranto)
Mas não fiquemos calados
Pois só assim a morte é certa
Quanto a mim - que sou poeta -
Meu dever, inda que Torto,
É ser a voz dos oprimidos
E mesmo que reprimido
Denunciar: não estou morto!

by Jayme Lorenzini García

sexta-feira, 29 de junho de 2012

É PRECISO QUE SE VIVA PRA LUTAR



Olhar pela fresta é covardia
É fugir, pois, do 'front' de batalha
É vestir manto gélido, mortalha
De quem perdeu da vida a alegria.

Não fazer o que antes se fazia
Por puro comodismo - voz de gralha -
É entregar o pescoço à navalha
É sepultar da beleza a poesia!

Preciso é conservar os longos gestos
Que se erguem em forma de protestos
Não morrer sem antes reverberar

A falta de amor... carinho terno...
E inda que não haja céu ou mesmo inferno
É preciso estar vivo pra lutar!

by Jayme Lorenzini García

segunda-feira, 25 de junho de 2012

NÃO VALE A PENA



Você não dá nada
Pela luz da lua
Você não dá nada
Por essa paixão
Você não dá nada
Pela eterna dor
Que aflige meu peito

Você nem pergunta
Porque estou na rua
Já fora de hora
Em total solidão
No bar esvaindo
Esse grande amor
Que eu julgava perfeito

Você não dá nada
E eu a sofrer
Essa dor ingrata
Que é te perder
Mas não tem problema
Vou sair da lama
Pois não vale a pena
Amar quem não ama!

Você nem pergunta
Porque estou na rua
Já fora de hora
Em total solidão
No bar esvaindo
Esse grande amor
Que eu julgava perfeito

Você não dá nada
E eu a sofrer
Essa dor ingrata
Que é te perder
Mas não tem problema
Vou sair da lama
Pois não vale a pena
Amar quem não ama!

by Manoel da Silva Botelho

domingo, 24 de junho de 2012

MISSÃO CUMPRIDA



Margareth viveu nesta terra
E não há muito se foi.
Sua prece ao lado do berço,
Seu rosto meigo e sereno,
Seu sorriso a transmitir ternura,
Seus olhos a distribuir amor:
Sublime condição de mãe!

Margareth, tantas vezes
Gemeu sob a dor do parto...
Levando numa noite fria
O carinho ao infante que o pedia!

Tantas vezes Margareth
Transmitiu o calor humano
Dizendo ao filho: "Eu te amo!"

- O bebê quer mamar?!
- Mama, bebê! Mama até fartar!!!

E uma lágrima de felicidade beija
O rosto angelical de quem viveu
Para transmitir meiguice e doce afeto.

- Trazei-ma para junto de mim.
- Tra-la-emos, SENHOR!

E um outro anjo luzente
Toma Margareth nos braços
E a leva aos braços de Deus.

Que doce sinfonia inunda os Céus
Para receber aquela
Que, enquanto palmilhou este chão,
Cumpriu a sua árdua, mas nobre missão
E foi uma autêntica Mãe!

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 22 de junho de 2012

MELGAÇO... MELGACENSE... MELGACINO!...



Hoje te vás da terrena convivência...
(Quem dera fosse isto um mau sonho!)
Mas deixas como exemplo a sapiência
De homem honesto e honrado, Antonio!

Chora a terra onde nasceste, enlutada,
Lágrimas de um brilho triste e franzino,
Pois deixas órfã a tua terra amada
Melgacense até no nome, Melgacino!

Como olvidar que foste um dos grandes?
(Ignorar-te os méritos ninguém ousa!…)
Mas a evitar que tu um dia brandes
A reclamar, homenageamos-te, de Souza!

E a nossa alma sente a dor aguda
De saber-te um morador da fria lousa
Saudades serenizadas na canção muda
Ó Antonio Melgacino de Souza!

Sim, a saudade que temos é tão fremente
Que dir-se-ia não se conter no coração…
E há de seguir-nos, vida a fora, a tua ausente
Presença de avô, pai, tio, esposo... e irmão!
Melgaço, 21 de junho de 2012.

by Léo Frederico de Las Vegas

terça-feira, 19 de junho de 2012

NOS SEIOS DA LUA NOVA



Receosamente te distrais
Rasgando versos inclusos
E passeias pela cidade oculta
Tua hipocrisia, tua máscara
De poeta decadentista!
Lavas as mãos
Antes do cantar do galo
E repousas, bêbado,
Nos seios da Lua Nova!

domingo, 17 de junho de 2012

AUSÊNCIAS NACARADAS



Queria tocar teu coração
- Essa terra de ausências -
E ser o perfume nacarado
Que te deixa inebriado
E que gentilmente exala
De tuas mãos em flor!

by Yara Cínthya Marcondes da Silveira

sábado, 16 de junho de 2012

RIOS À ESMO



Mais uma sílaba do mesmo verso
Mais um gemido do mesmo orgasmo
Mais um pecado do mesmo inconfesso
Mais um delírio, mais um louco espasmo!

Mais uma prece do mesmo converso
Mais um sorriso do mesmo sarcasmo
Mais um fracasso do mesmo insucesso
Mais um boêmio, mais um pleonasmo!

E a vida então se molda pelo esteta
Que se molda à sua obra que se molda
À vida itinerante de um profeta.

Eu sou barco ao léu nos rios à esmo
Árvore verde esperando a poda
Eu sou quem era sem ser mais do mesmo!

by Manoel da Silva Botelho

quinta-feira, 14 de junho de 2012

REPONTA




o encontro das águas
trouxe a verve pura
das sílabas escamosas
da mãe d'água
que sorri
ao quiririm
soturno
dos cafundós
do brejo!

by Olímpio José de Araújo

quarta-feira, 13 de junho de 2012

PÁSSAROS DO DESESPERO



Os pássaros da desesperança
Fizeram seu ninho nos beirais de minha solidão.

Sempre que ouvem o silêncio do meu desespero
Vêm e cantam os vinte poemas de amor
E uma canção desesperada
Que Calíope, num dia de doçura e paixão
Fez sair da lira ímpar de Neruda!

Os pássaros da desesperança
Estão cientes da minha dor
Por isso declamam Vinícius
E decifram Clarice Lispector
Para os meus ouvidos moucos
Da ausência de tua pele lunar!

E sigo triste meu caminho de poeta amargo
E canto à ternura das estrelas
Na esperança de te reencontrar!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O QUARTO MINGUANTE E UM ETERNO AMOR



O Quarto Minguante
Espreita, soberbo,
Por entre os galhos centenários
As juras de amor eterno
Que faz Romeu a Julieta!

E o horizonte chora ao longe
A sorte aziaga dos amantes
Pedindo ao dia no cantar da cotovia
Que jamais amanheça!...

by Pedro Paulo Barreto de Lima

domingo, 10 de junho de 2012

VIDA SEVERINA

 

Dinheiro parco
Vida porca
Fétido charco
Que me encharca
E me consome
Débil fumaça
Morto de fome
Que vida-traça!

Dinheiro porco
Vida parca
Charco de lodo
Grande desgraça
Então me consumo
E o mais se esfumaça
Breve resumo
Da vida-traça!

Destino porco
Vivo morto!

by Léo Frederico de Las Vegas

sábado, 9 de junho de 2012

ZERO À ESQUERDA




Daqui a pouco a vida já se foi
E que proveito tive ou que parte
Me coube nesse brejo?... Sapo-boi,
O meu coaxo foi pilhéria ou foi arte?

Fui Papillon?... Bonifácio?... Bonaparte?!...
Zé Ninguém - alguém dirá - é o que ele foi.
E aos meus botões a retrucar destarte
Direi: fui tão-só um rastro da m'boi

Que enlaçou minha alma num cortiço...
A vida se esvaiu entre meus dedos
E não fui mais que uma grande farsa.

Onde estão meus sonhos e meus medos?...
Minha prosa?... Minha poesia esparsa?...
Não se aproveita de mim nem mesmo isso?!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

HISTÓRIA DE UM GRANDE AMOR



Como o bálsamo que cicatriza a ferida
De repente entraste em minha vida.
Acabara de sofrer uma desilusão;
Dilacelarado em mil pedaços estava meu coração...
Foi quando então cruzaste o meu caminho.
Que bom! Percebeste que eu estava tão sozinho
E tão carente de amor e de carinho
Que me deixaste realizar o sonho meu
Que era ver meus lábios colados aos teus
Num louco amor à Julieta & Romeu!

Envolvevo-nos num caloroso abraço
E, num momento de ilusão, foste minha!
Senti que fora o Soberano de um esplêndido Paço
E você a mulher da minha vida, a Rainha!
Meus coração pelas desilusões dilacerado
Deixou-se inundar por teu amor
E fui feliz por amar-te com ardor!

No dia seguinte, à noite, nos encontramos
E no cais da cidade a namorar ficamos...
Como estavas linda, ó Musa querida!...
... Após muitos encontros pelo dia-a-dia,
Resolvemos, para nossa alegria,
Que íriamos nos casar compartilhando cada instante da vida...
Mas... Tudo foi somente um sonho...
E voou o tempo que as desilusões descarta,
Porém, não voou aquele amor que foi nosso simplesmente,
E cujas lembranças foram eternizadas em nossa mente
Mais do que nas folhas de uma amarelecida carta,
Marta!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

SONETO DE ABANDONO



Há que acostumar-se com a ausência
Com o silêncio dos passos na escada...
Há que colher-se à doce rosa amada
Da beleza transitória a essência!

E lembrar no sorriso a elegância
Do clarão fulgente de um luar de prata
E ouvir da noite a voz em serenata
Salpicar no colo triste a fragrância!

O destino é esse: i-ne-vi-ta-vel-men-te
Mais dias, menos dias, há de o Mistério
Surgir assim na estrada abruptamente...

Seguir-se-á então o féretro funéreo
E as roseiras hão de invejar inutilmente
As margaridas a florir no cemitério!

by Manoel da Silva Botelho

sábado, 2 de junho de 2012

CORAÇÃO XONADO



Queria dizer que eu te amo
Que você é tudo pra mim;
O teu corpo envolver num abraço
E contigo viver uma paixão sem fim!

Do céu és a estrela mais bonita
Por você morro de amores
As estrelas, a lua, o Infinito,
É o nosso amor explodindo em cores!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 30 de maio de 2012

POEMA PARA DOCIVAL...













Caro Docival,

Há terremotos
No Brasil...

É o tempo do fim
Percebes?!

Atesta-se
A veracidade
Dos antigos
Pergaminhos!

Estrelas cadentes
Se esfacelam
Borrifando
Os céus
De uma luz
Punjente
E tu, querido amigo,
Não estás aqui
Para rires
de meus devaneios!

A poesia
Está mais pobre
Sem as metáforas
De teu verso
Incandescente!

É o fim das rimas
É o fim dos verbos
É o fim dos tempos
É o fim do fim...

Só não é o fim
Dessa imensa saudade
Que tenho de ti!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

sábado, 26 de maio de 2012

O DRAMA DE UM MENOR ABANDONADO

 

Mãe, por que me abandonaste ao léu do Destino?...
Pai, por que me deixaste quando ainda menino?...
Pai, Mãe, respondam-me: eu tenho que saber o porquê!
Eu era simplesmente um indefeso quando vocês
Condenaram-me ao desprezo como se eu fosse um assassino...

Ah, meus pais! Fui condenado a dormir ao relento...
E, no lixão, todo santo dia procuro o meu alimento;
Vez ou outra, vou encontrá-lo no dinheiro que nos pedestres
Eu furto, sendo por este ato chamado de pivete...
Mas, nem isto basta para o meu sustento...

Clamo, mas por ninguém minha voz é ouvida;
Não há quem me queira dar guarida...
Cúmulo da injustiça, sou marginalizado,
Para os homens não sou mais que um menor abandonado
E um daqueles a quem foi negado o direito à Vida!

Essa é minha história!... A ponte é meu abrigo;
Sofro muito, mas ninguém, Deus meu, chega comigo,
E me convida pra em sua casa habitar
Ao contrário: nas grandes da prisão vou parar
Se para alguém eu representar perigo!

Minha vida é um dilema! Esta é minha triste sorte!
Das injúrias da sociedade sou o alvo forte...
E o combate com a polícia é meu último castigo;
Tomba um corpo ao chão! Nada, não! É dum mendigo...
Sou desprezado de todos até na minha morte!

by Olímpio José de Araújo

sexta-feira, 25 de maio de 2012

ADOLESCENDO PARA O AMOR



Entre dois cajueiros
Minha rede balançava
E eu enternecido sonhava
Com o amor verdadeiro
O dia quente estava
E a brisa brejeira brincava
Com os caracóis do meu cabelo
Malandro, eu namorava
O corpo escultural da mulher que caminhava
Fagueira pelo jardim do meu sonho!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 23 de maio de 2012

ESTAÇÕES



Foi você
Que me trouxe a primavera
Foi você
Que me tirou dessa quimera
Foi você
E a luz do teu olhar
Que me tirou desse abandono
Da letargia desse outono
E me fez, enfim, te amar!

Foi você
Que me trouxe o verão
Foi você
Que me atirou nessa paixão
Foi você
E a ternura desse olhar
Que vindo manso, meigo e terno
Mandou embora o inverno
Só pra eu poder te amar!

Foi você
E a placidez do teu olhar
Que me arrancou do meu sossego
Me fez vagar à toa, a esmo,
Só para te reencontrar...

by Pedro Paulo Barreto de Lima

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...