Ah, poeta!... Morres em ficar calado
Embora teimes em manter-te vivo
A sentir o fel no gogó entalado
Da agonia de teu verso compulsivo!
Ah, poeta!... É tortuoso o teu traçado!
E teu olhar surreal, contemplativo,
Não esconde o segredo mascarado
De fazer-te da infâmia um adesivo!
Manchas com a cal de tuas vastas lágrimas
O branco do papel que é teu sonho
A fabricar teu mísero milagre! Mas
Isso não é tudo. Erras travestido
Pelos palcos teu teatro vil, medonho...
E descobres que é bom não ter morrido!
by Pedro Paulo Barreto de Lima
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