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Mostrando postagens de setembro, 2010

NAVEGAM, POR MEUS RIOS, MUITOS POETAS

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Navegam, por meus rios, muitos poetas! Em meus leitos há barcos naufragados. Há murmúrios e sorrisos marejados E da meiga namorada as brancas tetas! Há segredos que nunca foram revelados: Quais os nomes das quatro moças da corveta (Ana Márcia? Dulce? Lenita? Marieta?) Que submergiram no meu perau - constelados! Navegam, por meus rios, estrelas surdas, E saudades muito estranhas, absurdas De um sentimentalismo regado a sonhos. Em meu leito há poemas inconclusos E eu constato entre cético e confuso: Em mim habitam anjos e demônios! by Léo Frederico de Las Vegas

LEMBRANÇAS DE UM ANTIGO FARINHEIRO

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Lembranças! Absorto em vós Lembro um pouco de mim Que se foi E está sepultado para sempre Em minha memória. Oiço o ruído lancinante do machado A derrubar grande extensão de floresta Que depois de queimada e preparada Era nossa fábrica do pão de cada dia... E feríamos o ventre grávido da Terra, E enterrávamos a nossa Esperança Que brotava após um tempo de latência Nos trazendo consolo e alegria! A farinhada era sempre uma festa A família toda reunida Cada qual dando um pouco de sua vida Para a concretização desse labor Até tarde ao chegar de volta à cidade Que paz imensa nos invadia a alma Nessa vida pacata e cheia de emoções! Em nossos sonhos apenas se agitavam Desejos prenhes de outros desejos Que significavam sempre O desejo de revolução! Mas o que quer um simples farinheiro? Sonhar com um mundo melhor E no sonho fazê-lo verdadeiro!

MEU DESEJO

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Meu desejo? Era ser a água fria Que te banha, ouvindo esses teus ais! O sabonete que acaricia Gostoso tuas partes sensuais! Meu desejo? Ser a toalha tua Que te envolve inteira num instante... O espelho onde te vês toda nua - Febre do meu sonho delirante! Meu desejo? Era ser a calcinha Que esconde a visão de meus delírios E a perfuma para a sede minha De dálias, de rosas e de lírios! Meu desejo? Ser os sutiãs Que te afagam os seios virginais E dos teus mamilos as maçãs Beijam, e sugam, e mordem mais!... Meu desejo? Era ser a tua cama, O teu lençol macio e o travesseiro Onde sonhas, onde se esparrama Teu belo sorriso feiticeiro! Meu desejo? Ser este poema Que te expressa o meu mais puro amor Ser quem tu desejas que em hora extrema Te possua num sonha tentador! by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

ULTRA-ROMÂNTICO

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- Que queres, amor, que te dê Neste momento em que o tempo parece ilógico E enlaçamos as mãos, enamorados?!... Pede-me, - e dar-te-ei - que vais querer? Um poema? Uma rosa? Um canário?! - Ah, quem me dera me deras um zoológico Cheio de onças, araras, mico-leões-dourados Garças, beija-flores e tartarugas e um aquário Com um cardume de garoupas! - Escuta aqui, ó garota! Não tens pudor? Estás querendo Mesmo o brasileiro Faunário Ou estás me fazendo De otário De olho no meu dinheiro, No meu saldo bancário? Ora, Senhor! by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

DA UNIVERSALIDADE DA POESIA

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A poesia não se restringe a uma época Ainda que venha datada e com local. Ela sempre tem um quê de eterno, universal, Que a torna a mais venerável déspota! Na poesia somos todos inconstantes: Deitamos com Cecília, Adélia e Henriqueta. Dizemos ser Vinícius nosso maior poeta... Mas lembramos de Drummond e de Murilo Mendes! Amamos homens e mulheres, não importa. A poesia não tem sexo e nem tem cor E a qualquer hora pode bater em nossa porta. Mas... a seguir o conselho de Quintana "Nunca dates os teus poemas" não vou por Local nem data. Este soneto será chalana!... by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

SEGREDO REVELADO

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Eu vou dizer o que ninguém ousou ainda. Você, talvez, caro leitor, nem me dê crédito; Mas o que eu tenho a revelar é algo inédito, Inacessível em recôndita berlinda! Mas, todo mistério um dia tem sua áurea finda E o segredo vem à tona, talvez por édito, Ou, quem sabe, por voz de quem não tem descrédito. Por isso, direi o inefável e a frase linda! Maneira esdrúxula de começar terceto. Praticamente terminamos o soneto E nada de o tal segredo se revelar... Mas o que direi poeta algum já disse um dia: – Quero feliz morrer no colo de Maria, E por minha vida inteira a quero amar! by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

SONETO DE AMOR E DESEJO

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Sob os lençóis aveludados te espero Em nossa cama para a mágica sessão De amor & sexo, de desejo & tesão Que vai tirar-nos desse desespero Que nos invade. Hoje eu te quero Para aplacar de meu corpo o vulcão. O membro hirto já demonstra a paixão E o meu desejo de possuir-te é sincero. Por isso, vem, querida minha! A nudez De meu corpo é completa. Traz-me a tua E nos amemos, gozando com insensatez O gozo pleno das estrelas e da lua Deixando o cheiro dessa louca embriaguez Se esvair, noite a fora, pela rua! by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

SONETO DOS DIAS TURBULENTOS

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A nostalgia dos dias me enlouquece Nesse afã de respirar um sentimento E de vivê-lo em todo o vão momento Que já não sei de minha vida. Parece Que me esqueço, e a vida, incólume, acontece. Já não sei discernir entre paz e sofrimento. Busco encontrar na poesia o lenimento Para esse angústia que já o meu estro fenece. E saio à rua anoitecida de setembro. Um não-sei-quê de ternura que não lembro Me toma de assalto - seria saudade dos meus avós? Sei que no brejo coaxa a saparia E me enregela o corpo tal letargia Que vou parindo este soneto de gosto atroz! by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

UMA NOITE COM VOCÊ

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A emoção de ter você ao meu lado Nesta silente noite enluarada Faz transbordar de alegria, ó Amada Minha, o meu coração apaixonado! Entre mil beijos, nós, os enamorados, Vemos aproximar-se a madrugada Trazendo consigo seus mistérios e fadas Ao ninho do nosso amor encantado! E então vivemos a emoção sem par De amor fazermos à luz do luar De gozarmos inefáveis momentos! Os nossos corpos nus e agarradinhos Em delírios de amor e de carinhos Expressam todos os nossos sentimentos! by Léo Frederico de Las Vegas

RIOS

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A poesia nunca é igual. Pode ser o mesmo, o sentimento, Pode ser o mesmo, o motivo, Podem ser as mesmas circunstâncias, Até o poeta pode ser o mesmo, Mas a poesia nunca é igual. A poesia é única, Peculiar, Singular, Ímpar, Atômica! Ainda que sejam as mesmas palavras Ainda que sejam as mesmas rimas Ainda que o verso livre seja o mesmo A poesia nunca é a mesma Ainda que unívoca... E ela nos toca sempre Com seu jeito inequívoco De deusa serena Não importa o lugar, Não importa a rima Ou sua ausência A poesia nos toca, Arrebata-nos a alma, Sem pedir licença! by Léo Frederico de Las Vegas

JÁ NÃO SEI QUEM SOU

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Já não sei quem sou Só sei que eu não sou Quem eu era antes. O mundo gira velozmente Na velocidade Das batidas de meu coração! E o meu coração É uma colcha de retalhos Buscando no baú das estrelas O sentido desta Minha solidão! Olho de soslaio para a vida E percebo o movimento Das borboletas E ouço o coaxar dos sapos Que vão vivendo Indiferentes À dor que me dilacera a alma! by Léo Frederico de Las Vegas

AOS AMANTES DOS MEUS VERSOS LOUCOS

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Eu vos dou de beber da poesia Que jorra de minh’alma entristecida Reencenando a cena dolorida Que me levou embora a alegria… De beber eu vos dou da fantasia Que trago camuflada, escondida Sob o olhar de fênix renascida Denunciando meu pudor a cada dia. O pudor de amar sem ser amado, De entregar meu coração apaixonado À Moça linda lá da casa de reboco. Eia! Bebei até fartar-vos desse vinho Que escondi em meu peito com carinho Para vós que me achais poeta louco! by Léo Frederico de Las Vegas

ANGÚSTIA D’ALMA

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  Oh, não! Não me leias! (Estou amargo!) Meu poema É um veneno letal Para os teus Ouvidos líricos! Jamais Encontrarás versos Que te exaltem - Imagem escultural - Enquanto mulher! Tampouco Terás a comoção De ver teu trabalho Diversificando-se em mais-valia, Ó operário em construção! Mulher, Musa inspiradora Dos poetas românticos, Simbolistas, parnasianos, Modernistas És agora A musa delatora Dos meus tristes versos Que pairam Sobre a miséria do mundo. Ó operário Em construção Que sempre dizias sim E agora dizes não Teu não é agora Carregado de tristeza E procuro Encontrar em teu soluço A resposta A solução Para o drama, Fantástico, Energúmeno drama De ser humano. Oh, não! Não me leias! Por favor Faz qualquer outra coisa Como por exemplo Ouvir os Mamonas Assassinas Mas, não me lê! Por que irias marejar Teus olhos? O meu drama Oh, que patético! É um veneno letal Que poderá Corroer-te a alma E te lançar Nesse oceano de desilusõe

ILUSÓRIA MIRAGEM

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Cerrando os olhos eu posso ver A tua lúcida e encantadora imagem Vindo de mansinho afagar meu ser Na mais alucinante e ilusória miragem! E, sendo enlevado pela imaginação Vejo então que você vem me consolar. Todo o meu íntimo vibra com emoção Quando tua boca de estrelas me vem beijar! Nessa louca miragem, nessa ilusão Você me beija, me abraça e me ama E me faz feliz de vez o coração! Com amor, me levas para a cama E matas a minha ardente paixão E me apagas do prazer as vivas chamas! by Léo Frederico de Las Vegas

PARA CANTAR TEU AMOR

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Quem me dera a pureza do canto Dos rouxinóis, sabiás e canários, Para, no dia de teu aniversário, Dizer-te, meu bem, que te amo tanto E que amor maior que o que canto Não existe em nenhum stradivarius. O meu vence o tempo - e é necessário - Crepitando do peito no acalanto. Queria tanto de rosas coroar-te E tirar de tua estrada os espinhos E nos meus versos, pois, eternizar-te... Cobrir-te, enfim, de dálias e carinho, Ser o teu escultor, obra de arte, E ninar nesta manhã teu soninho.

SONETO DE AMOR EM FACE DA MORTE

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Quem das rosas não perceber o brilho, Nem sorver das estrelas o perfume; Quem das casernas não acender o lume, Ou quem da vida não seguir o trilho; Quem não traçar do poema o estribilho, Nem dos gregos heróis sentir ciúme; Nem discernir do verme o vaga-lume, Querer ser dos deuses não pode filho... É preciso ter a alma enternecida Pra inalar o olor das constelações E a luz ver da mais tenra margarida... ... Nada mais pede a sina de um cantor Que ser feliz e viver de emoções E em face da morte falar de amor! by Pedro Paulo Barreto de Lima