Ah, se as pedras que encontro no caminho Pudessem, pois, ouvir o meu lamento Na certa saberiam o sofrimento Pelo qual hei passado tão sozinho. Mas, se pudessem ver padecimento Em lugar de alegria, qual esfuminho Veriam a esvair-se em remoinho O meu prazer restando só tormento. Mas as pedras não veem e nem ouvem. Não discernem uma lamúria de Beethoven. Estão passivas, pois, ao meu penar. E por que as pedras não ouvem e nem veem Dou, pois, a todos aqueles me leem Os versos tristes deste meu cantar! by Manoel da Silva Botelho