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Mostrando postagens de junho, 2012

POETA VIVO

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Denunciar injustiças Nas asas da lucidez Deve ser a nossa liça Em estado de viuvez Ergamos de uma vez Por aí aos quatro cantos Nossa voz (ou nosso pranto) Mas não fiquemos calados Pois só assim a morte é certa Quanto a mim - que sou poeta - Meu dever, inda que Torto, É ser a voz dos oprimidos E mesmo que reprimido Denunciar: não estou morto! by Jayme Lorenzini García

É PRECISO QUE SE VIVA PRA LUTAR

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Olhar pela fresta é covardia É fugir, pois, do 'front' de batalha É vestir manto gélido, mortalha De quem perdeu da vida a alegria. Não fazer o que antes se fazia Por puro comodismo - voz de gralha - É entregar o pescoço à navalha É sepultar da beleza a poesia! Preciso é conservar os longos gestos Que se erguem em forma de protestos Não morrer sem antes reverberar A falta de amor... carinho terno... E inda que não haja céu ou mesmo inferno É preciso estar vivo pra lutar! by Jayme Lorenzini García

NÃO VALE A PENA

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Você não dá nada Pela luz da lua Você não dá nada Por essa paixão Você não dá nada Pela eterna dor Que aflige meu peito Você nem pergunta Porque estou na rua Já fora de hora Em total solidão No bar esvaindo Esse grande amor Que eu julgava perfeito Você não dá nada E eu a sofrer Essa dor ingrata Que é te perder Mas não tem problema Vou sair da lama Pois não vale a pena Amar quem não ama! Você nem pergunta Porque estou na rua Já fora de hora Em total solidão No bar esvaindo Esse grande amor Que eu julgava perfeito Você não dá nada E eu a sofrer Essa dor ingrata Que é te perder Mas não tem problema Vou sair da lama Pois não vale a pena Amar quem não ama! by Manoel da Silva Botelho

MISSÃO CUMPRIDA

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Margareth viveu nesta terra E não há muito se foi. Sua prece ao lado do berço, Seu rosto meigo e sereno, Seu sorriso a transmitir ternura, Seus olhos a distribuir amor: Sublime condição de mãe! Margareth, tantas vezes Gemeu sob a dor do parto... Levando numa noite fria O carinho ao infante que o pedia! Tantas vezes Margareth Transmitiu o calor humano Dizendo ao filho: "Eu te amo!" - O bebê quer mamar?! - Mama, bebê! Mama até fartar!!! E uma lágrima de felicidade beija O rosto angelical de quem viveu Para transmitir meiguice e doce afeto. - Trazei-ma para junto de mim. - Tra-la-emos, SENHOR! E um outro anjo luzente Toma Margareth nos braços E a leva aos braços de Deus. Que doce sinfonia inunda os Céus Para receber aquela Que, enquanto palmilhou este chão, Cumpriu a sua árdua, mas nobre missão E foi uma autêntica Mãe! by Léo Frederico de Las Vegas

MELGAÇO... MELGACENSE... MELGACINO!...

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Hoje te vás da terrena convivência... (Quem dera fosse isto um mau sonho!) Mas deixas como exemplo a sapiência De homem honesto e honrado, Antonio! Chora a terra onde nasceste, enlutada, Lágrimas de um brilho triste e franzino, Pois deixas órfã a tua terra amada Melgacense até no nome, Melgacino! Como olvidar que foste um dos grandes? (Ignorar-te os méritos ninguém ousa!…) Mas a evitar que tu um dia brandes A reclamar, homenageamos-te, de Souza! E a nossa alma sente a dor aguda De saber-te um morador da fria lousa Saudades serenizadas na canção muda Ó Antonio Melgacino de Souza! Sim, a saudade que temos é tão fremente Que dir-se-ia não se conter no coração… E há de seguir-nos, vida a fora, a tua ausente Presença de avô, pai, tio, esposo... e irmão! Melgaço, 21 de junho de 2012. by Léo Frederico de Las Vegas

NOS SEIOS DA LUA NOVA

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Receosamente te distrais Rasgando versos inclusos E passeias pela cidade oculta Tua hipocrisia, tua máscara De poeta decadentista! Lavas as mãos Antes do cantar do galo E repousas, bêbado, Nos seios da Lua Nova!

AUSÊNCIAS NACARADAS

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Queria tocar teu coração - Essa terra de ausências - E ser o perfume nacarado Que te deixa inebriado E que gentilmente exala De tuas mãos em flor! by Yara Cínthya Marcondes da Silveira

RIOS À ESMO

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Mais uma sílaba do mesmo verso Mais um gemido do mesmo orgasmo Mais um pecado do mesmo inconfesso Mais um delírio, mais um louco espasmo! Mais uma prece do mesmo converso Mais um sorriso do mesmo sarcasmo Mais um fracasso do mesmo insucesso Mais um boêmio, mais um pleonasmo! E a vida então se molda pelo esteta Que se molda à sua obra que se molda À vida itinerante de um profeta. Eu sou barco ao léu nos rios à esmo Árvore verde esperando a poda Eu sou quem era sem ser mais do mesmo! by Manoel da Silva Botelho

REPONTA

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o encontro das águas trouxe a verve pura das sílabas escamosas da mãe d'água que sorri ao quiririm soturno dos cafundós do brejo! by Olímpio José de Araújo

PÁSSAROS DO DESESPERO

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Os pássaros da desesperança Fizeram seu ninho nos beirais de minha solidão. Sempre que ouvem o silêncio do meu desespero Vêm e cantam os vinte poemas de amor E uma canção desesperada Que Calíope, num dia de doçura e paixão Fez sair da lira ímpar de Neruda! Os pássaros da desesperança Estão cientes da minha dor Por isso declamam Vinícius E decifram Clarice Lispector Para os meus ouvidos moucos Da ausência de tua pele lunar! E sigo triste meu caminho de poeta amargo E canto à ternura das estrelas Na esperança de te reencontrar! by Léo Frederico de Las Vegas

O QUARTO MINGUANTE E UM ETERNO AMOR

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O Quarto Minguante Espreita, soberbo, Por entre os galhos centenários As juras de amor eterno Que faz Romeu a Julieta! E o horizonte chora ao longe A sorte aziaga dos amantes Pedindo ao dia no cantar da cotovia Que jamais amanheça!... by Pedro Paulo Barreto de Lima

VIDA SEVERINA

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  Dinheiro parco Vida porca Fétido charco Que me encharca E me consome Débil fumaça Morto de fome Que vida-traça! Dinheiro porco Vida parca Charco de lodo Grande desgraça Então me consumo E o mais se esfumaça Breve resumo Da vida-traça! Destino porco Vivo morto! by Léo Frederico de Las Vegas

ZERO À ESQUERDA

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Daqui a pouco a vida já se foi E que proveito tive ou que parte Me coube nesse brejo?... Sapo-boi, O meu coaxo foi pilhéria ou foi arte? Fui Papillon?... Bonifácio?... Bonaparte?!... Zé Ninguém - alguém dirá - é o que ele foi. E aos meus botões a retrucar destarte Direi: fui tão-só um rastro da m'boi Que enlaçou minha alma num cortiço... A vida se esvaiu entre meus dedos E não fui mais que uma grande farsa. Onde estão meus sonhos e meus medos?... Minha prosa?... Minha poesia esparsa?... Não se aproveita de mim nem mesmo isso?!

HISTÓRIA DE UM GRANDE AMOR

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Como o bálsamo que cicatriza a ferida De repente entraste em minha vida. Acabara de sofrer uma desilusão; Dilacelarado em mil pedaços estava meu coração... Foi quando então cruzaste o meu caminho. Que bom! Percebeste que eu estava tão sozinho E tão carente de amor e de carinho Que me deixaste realizar o sonho meu Que era ver meus lábios colados aos teus Num louco amor à Julieta & Romeu! Envolvevo-nos num caloroso abraço E, num momento de ilusão, foste minha! Senti que fora o Soberano de um esplêndido Paço E você a mulher da minha vida, a Rainha! Meus coração pelas desilusões dilacerado Deixou-se inundar por teu amor E fui feliz por amar-te com ardor! No dia seguinte, à noite, nos encontramos E no cais da cidade a namorar ficamos... Como estavas linda, ó Musa querida!... ... Após muitos encontros pelo dia-a-dia, Resolvemos, para nossa alegria, Que íriamos nos casar compartilhando cada instante da vida... Mas... Tudo foi somente um sonho... E voou o t

SONETO DE ABANDONO

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Há que acostumar-se com a ausência Com o silêncio dos passos na escada... Há que colher-se à doce rosa amada Da beleza transitória a essência! E lembrar no sorriso a elegância Do clarão fulgente de um luar de prata E ouvir da noite a voz em serenata Salpicar no colo triste a fragrância! O destino é esse: i-ne-vi-ta-vel-men-te Mais dias, menos dias, há de o Mistério Surgir assim na estrada abruptamente... Seguir-se-á então o féretro funéreo E as roseiras hão de invejar inutilmente As margaridas a florir no cemitério! by Manoel da Silva Botelho

CORAÇÃO XONADO

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Queria dizer que eu te amo Que você é tudo pra mim; O teu corpo envolver num abraço E contigo viver uma paixão sem fim! Do céu és a estrela mais bonita Por você morro de amores As estrelas, a lua, o Infinito, É o nosso amor explodindo em cores! by Léo Frederico de Las Vegas