RIOS À ESMO



Mais uma sílaba do mesmo verso
Mais um gemido do mesmo orgasmo
Mais um pecado do mesmo inconfesso
Mais um delírio, mais um louco espasmo!

Mais uma prece do mesmo converso
Mais um sorriso do mesmo sarcasmo
Mais um fracasso do mesmo insucesso
Mais um boêmio, mais um pleonasmo!

E a vida então se molda pelo esteta
Que se molda à sua obra que se molda
À vida itinerante de um profeta.

Eu sou barco ao léu nos rios à esmo
Árvore verde esperando a poda
Eu sou quem era sem ser mais do mesmo!

by Manoel da Silva Botelho

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NA MOLDURA DA CAMA…

INFINITIVO

AMOR SINGULAR