SONETO A UMA MISTERIOSA DAMA
Tu és e sempre foste um belo sonho Desses que ficam só na fantasia; E trêmula passaste!... Todavia, Ficaste no soneto que componho Com um verso comovido e tristonho Que até a alma mais sensível arrepia; Tal qual reflete do rio a maresia O luar misterioso e risonho... És tão bela, tão meiga e natural Que dir-se-ia não seres só o meu fanal, Mas a Virgem Imaculada, a Santa! E, aos teus pés, deposito insepulto Todo o meu triste amor, todo o meu culto Ó magna musa que o meu estro canta!