CONSTATAÇÕES DE UMA FEBRE DELIRANTE
Tenho febre e escrevo vãos delírios! Sensações de que as coisas não estão No lugar onde deveriam!... A visão De minha janela mostra-me os martírios Que sofrem as rosas, os cravos e os lírios E a margarida mal saída do botão E a flor de laranjeira e o açafrão Saídos de um pesadelo pra meus colírios! Definitivamente as coisas mudam de lugar. Só a febre em mim é permanente E essa sensação estranha, visceral Que me acabrunha e me leva a meditar Sobre o amor - o sentimento mais demente Que o homem inventou para seu mal! by Manoel da Silva Botelho