Estou enroscadinho no colo da noite
Ouvindo o murmúrio das estrelas cadentes
E o sussurro da brisa que acaricia o meu rosto
E atesta a ausência de teu corpo em mim.
A lacuna dos carinhos que não pudemos trocar,
Os beijos calientes que não pudemos beijar,
O suor escaldante que não exalamos,
Os lençóis lilases que não amarfanhamos,
Tudo, tudo me faz lembrar
Que tua presença é essa ausência de ti!
Meus pés procuram os teus
Mas só encontram o vazio de tua falta;
Minhas mãos buscam tuas nádegas,
Meus lábios, teus mamilos
Na ânsia de bebericar o néctar da vida
Que exala de teu corpo em chamas,
Mas nada encontram
Porque não estás aqui.
Na verdade, nunca estiveste...
Mas, a saudade do não acontecido
É tamanha em meu peito
Que fico insone, a pensar,
Que essa brisa que roça o meu corpo
És tu, que trazes o frescor de teu hálito
Para abrandar a minha solidão
Neste momento em que estou
Enroscadinho no colo da noite!
by Pedro Paulo Barreto de Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário