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Mostrando postagens de dezembro, 2010

CONSTATAÇÕES DE UMA FEBRE DELIRANTE

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Tenho febre e escrevo vãos delírios! Sensações de que as coisas não estão No lugar onde deveriam!... A visão De minha janela mostra-me os martírios Que sofrem as rosas, os cravos e os lírios E a margarida mal saída do botão E a flor de laranjeira e o açafrão Saídos de um pesadelo pra meus colírios! Definitivamente as coisas mudam de lugar. Só a febre em mim é permanente E essa sensação estranha, visceral Que me acabrunha e me leva a meditar Sobre o amor - o sentimento mais demente Que o homem inventou para seu mal! by Manoel da Silva Botelho

SOBREVIVENTE

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À longa noite dos generais Sobrevivi E volto pálido Pra junto de meus pais Embora tão velho assim, Mas trago dentro do peito A esperança que não morreu Em um mundo de amor perfeito Um tiquinho multiterno do céu! by Léo Frederico de Las Vegas

POR QUE AS LENDAS MORREM?*

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              *Título extraído do subtítulo de uma monografia de Docival Gomes Há um ano, Docival, tu nos privaste De tua sempre fraterna companhia. Esbanjavas por tua volta alegria E em teu rosto num sutil engaste Vislumbrava-se - oh, mas que contraste - A rosa da tristeza que sorria À espera de que raiasse logo o dia Em que da paz erguida fosse a haste! Mas te foste sem muita explicação E deixaste em noss'alma melancólica Uma doce saudade em construção De tua obra intensa, singular, bucólica, Poesia sem firulas, poesia social Que deste mundo amenizava o mal! by Jaime Adilton Marques de Araújo

ESSE AMOR…

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É inexplicável E transcendental O nosso amor Posto que se compõe De inúmeras partículas Dessa matéria A que chamamos vida E a quem os poetas chamam Mais propriamente sonho… Sim, nosso amor É um sonho real A nos encher de fantasia… E te amo! Não com a angústia Dos amores terminais Horrorizados com a idéia da solidão Mas com a paz, doce paz De um amor calmo e tranqüilo Cumprido na tranqüilidade De uma tarde cinzenta Próximo a um lago azul! Ah! É tão gostoso lembrar de você E te contemplar, extático, Tão longe de mim, Pois és esta lua A lançar um não-sei-quê De mistério e poesia No fundo de minha alma Até chegar o indelével momento De te amar! by Léo Frederico de Las Vegas

SONETO DE DESENCANTO AO MEU XARÁ MANUEL BANDEIRA

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O desespero da noite agoniza Nos cálidos abraços da aurora Que um novo alento revigora Em mim e na minh'alma eterniza Essa áspera vontade de ir embora Beijando-lhe os lábios e a face lisa Deixando-me acarinhar por sua brisa Doce acalanto do amor de outrora. Desce em meu rosto uma lágrima amarga. Dá uma vontade de ir para Pasárgada E consolar-me ao pé de Manuel E esfolhar-lhe a estrela da vida inteira. Vontade de encontrar-me com Bandeira Satisfazendo o meu sonho de céu! by Manoel da Silva Botelho

PRESENTE DE NATAL

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Presente algum Eu queria neste Natal… Aliás, somente um, Mas esse é excepcional: O presente que eu mais quero É ter você bem junto a mim. Quero reconstruir o meu castelo E o meu coração ofertar a ti! by Léo Frederico de Las Vegas

LAMENTO DE AMOR

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Antes que a vida nos traga A solidão dos alpes Quero beijar tua boca, Maria, Quero acariciar Tuas mãos calejadas Quero sorver O perfume de teus seios E tocar, num frêmito, Tua pevide! Antes que o frio intenso Me congele os sentimentos Quero viver contigo Essa aventura Para além do país dos sonhos Como Peter Pan e Sininho Na Terra do Nunca Ou João & Maria Perdidos Na casa da Velha Gulosa, Velha Golosa! Quero morrer em teus braços, Maria, Quero viver em teu colo, Maria. Quero sonhar os teus sonhos, Maria. Quero você, Maria! Antes que a solidão dos Alpes Me enregele os ossos E eu não tenha mais teu carinho, Maria! by Olímpio José de Araújo

IMPRESSÕES DE UM ECLIPSE

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À espera estou de um eclipse Anunciado, hoje, para a lua. Madrugada afora estou na rua Pra esse encanto captar numa elipse. Então a sombra desenha o apocalipse E expulsa ao Minguante que se insinua A solidão, pois a alma pura e nua Já não pode falar em paralipse! É o ciclo da vida que se renova. A penumbra é total, é Lua Nova! Minh'alma, então, uma canção, aos céus alteia! Depois, surge o Crescente luminoso E Diana ganha o porte majestoso De uma autêntica e sublime Lua Cheia!

SEMPRE SEREI TEU INCONSTANTE AMIGO

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Quando sentires n'alma o peso da distância Quando o tempo te for um pesadelo Lembra de mim que desde o tempo de criança Por ti nutria um amor com mui desvelo. Quando o vento sul bater nos teus cabelos Quando sentires um desejo, uma ânsia De procurar-me, estarei presente pelos Dias em fora sempre em tua lembrança. Por que a vida foi cruel assim conosco E sorvemos Tatuzinho e Dom Bosco Não sei dizer-te! - merecemos tal castigo? Mas porque foste minha eterna namorada Mesmo sem nunca desvendarmos a madrugada Sempre serei teu inconstante amigo! by Pedro Paulo Barreto de Lima

AMOR, ETERNO AMOR

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Se da folha a dor pudesse ser sentida - Arremessada do galho pelo vento - Se o fremir de seu doce sofrimento Do poema na margem coubesse perdida Se ouvido fosse a todo o momento O adeus patético da rubra orquídea Que se entrega perfumosa e felídea Ao contato de humano sentimento... E, se, por fim, pudesse ser contado Em versos livres o amor que foi negado Aos amantes sem pudor, sem sul nem norte Eu romperia de meu peito o silêncio E dir-te-ia desse Amor - pois nada vence-o - Nem a distância, nem o tempo, nem a morte! by Pedro Paulo Barreto de Lima

SONETO DO AMOR IMORTAL

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Vontade de sentir a superfície De tua alma roçando a minha pele Ser em teu ser tal qual meningocele Ficar em ti, tatuado, qual efígie! Vontade de, enfim, gozar aquele Momento reservado com blandície Quando juraste à margem do Estige Dizendo: "Meu amor será só dele!" Quem dera que minh'alma apaixonada Seguisse assim da vida pela estrada Cantarolando aos céus a minha dor... Quem me dera "não mais que de repente" Chegar feliz, alegre e sorridente Ao destino final do grande amor!

O MEU AMOR POR TI É GRANDE, SEMPITERNO!

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Se te amo?! Ora, Senhor! Por que duvidas Do sentimento mais lindo que já houve?! Nem Camões, Drummond, Mozart, Beethoven Cantar puderam com emoção sentida O amor de suas musas como eu canto Nesses rudes versos incompreendidos E que, às vezes, não fazem sentido, Levando-me a beber, sorver o pranto Que derramo quando te vejo triste! Sim, o amor que há em mim resiste Ao pulsar lento das horas, aos acenos E à luxúria dos versos obscenos: E esse amor é bem maior que céu e inferno O meu amor por ti é grande, sempiterno!

A DOR DE UMA GRANDE SAUDADE

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Glosa A dor não mata porque faz chorar: se esvai no pranto aos poucos, suavemente. (Beatrix dos Reis Carvalho - Papai ) A dor não mata porque faz chorar O tristonho poema que transborda Do coração e faz vibrar as cordas Saudando um verso triste ao luar. Mas ela fica no peito a inflamar A paixão adormecida que acorda E salta, feliz, para além das bordas Do coração que se põe a lamentar... A dor aguda faz sofrer o peito Que geme a perda de seu grande amor E, mudo, se queda, insatisfeito Sorvendo a tristeza mais dolente, Pois da saudade imensa a grande dor Se esvai no pranto aos poucos, suavemente! by Pedro Paulo Barreto de Lima

ACORDADO NA TRISTE E FRIA MADRUGADA

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Estou de mal com Morpheus. Não quero seus braços, Seus longínquos braços Cheios de adeuses e solidão! Prefiro continuar desperto E lembrar dos meus sonhos, singelos sonhos de criança Quando eu acreditava na vida, Quando eu acreditava no amor! (Mas isso foi há muito tempo...) A ter que entregar-me a ele E reviver os pesadelos Perdidos na insônia De Fred Krueger No submundo Da desesperança! Mas estou lúcido E vou sobreviver À Hora do Pesadelo!!! by Manoel da Silva Botelho

NO COLO DA NOITE E SENTINDO TUA FALTA

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Estou enroscadinho no colo da noite Ouvindo o murmúrio das estrelas cadentes E o sussurro da brisa que acaricia o meu rosto E atesta a ausência de teu corpo em mim. A lacuna dos carinhos que não pudemos trocar, Os beijos calientes que não pudemos beijar, O suor escaldante que não exalamos, Os lençóis lilases que não amarfanhamos, Tudo, tudo me faz lembrar Que tua presença é essa ausência de ti! Meus pés procuram os teus Mas só encontram o vazio de tua falta; Minhas mãos buscam tuas nádegas, Meus lábios, teus mamilos Na ânsia de bebericar o néctar da vida Que exala de teu corpo em chamas, Mas nada encontram Porque não estás aqui. Na verdade, nunca estiveste... Mas, a saudade do não acontecido É tamanha em meu peito Que fico insone, a pensar, Que essa brisa que roça o meu corpo És tu, que trazes o frescor de teu hálito Para abrandar a minha solidão Neste momento em que estou Enroscadinho no colo da noite! by Pedro Paulo Barreto de Lima