SONETO DA EXTREMA NECESSIDADE
Meu amor, eu preciso de um verso
Para compor um poema de ternura.
Eu preciso, doce e meiga criatura,
Dizer aqui o contrário, o reverso
Do que sempre digo, pois o universo
É pouco pra conter essa ventura.
Se no meu peito há uma quentura
Ela mostra de minha alma o anverso!
Que vontade subumana de levar-te
Num rapto das delícias ao jardim
E ver, inteira, ao meu amor, quedar-te!
Quem me deras desses um verso a mim
Nele, pra sempre, eu iria emoldurar-te
Com as tintas vivas de um amor sem fim!
by Jaime Adilton Marques de Araújo
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