ZERO À ESQUERDA




Daqui a pouco a vida já se foi
E que proveito tive ou que parte
Me coube nesse brejo?... Sapo-boi,
O meu coaxo foi pilhéria ou foi arte?

Fui Papillon?... Bonifácio?... Bonaparte?!...
Zé Ninguém - alguém dirá - é o que ele foi.
E aos meus botões a retrucar destarte
Direi: fui tão-só um rastro da m'boi

Que enlaçou minha alma num cortiço...
A vida se esvaiu entre meus dedos
E não fui mais que uma grande farsa.

Onde estão meus sonhos e meus medos?...
Minha prosa?... Minha poesia esparsa?...
Não se aproveita de mim nem mesmo isso?!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NA MOLDURA DA CAMA…

INFINITIVO

AMOR SINGULAR