sábado, 18 de junho de 2011

SONETO DO INAUDÍVEL CANTO



Ah, se as pedras que encontro no caminho
Pudessem, pois, ouvir o meu lamento
Na certa saberiam o sofrimento
Pelo qual hei passado tão sozinho.

Mas, se pudessem ver padecimento
Em lugar de alegria, qual esfuminho
Veriam a esvair-se em remoinho
O meu prazer restando só tormento.

Mas as pedras não veem e nem ouvem.
Não discernem uma lamúria de Beethoven.
Estão passivas, pois, ao meu penar.

E por que as pedras não ouvem e nem veem
Dou, pois, a todos aqueles me leem
Os versos tristes deste meu cantar!

by Manoel da Silva Botelho

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