sábado, 11 de setembro de 2010

CAMUFLAGEM



Perdoe-me ser este ser tão camuflado
Que se despe ante o olhar inquisidor
Da excelsitude quimérica do amor
Que aos meus olhos tens descortinado...

Perdoe-me, pois eu sou barco naufragado
Com a quilha e o leme expostos ao torpor
E o patilhão a soçobrar-se num langor
Que me atormenta o coração atribulado.

Não sou mais que o cavaleiro misterioso
Que te perturba nas noites de insônia,
E se nutre de tua libido e de teu mel.

Perdoe-me, que sou poeta sem vergonha,
Por isso faço o meu cantar pecaminoso
Subir à graça salvadora de teu céu!

by Léo Frederico de Las Vegas

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