sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ANGÚSTIA D’ALMA

 

Oh, não! Não me leias!
(Estou amargo!)
Meu poema
É um veneno letal
Para os teus
Ouvidos líricos!

Jamais
Encontrarás versos
Que te exaltem -
Imagem escultural -
Enquanto mulher!

Tampouco
Terás a comoção
De ver teu trabalho
Diversificando-se em mais-valia,
Ó operário em construção!

Mulher,
Musa inspiradora
Dos poetas românticos,
Simbolistas, parnasianos,
Modernistas
És agora
A musa delatora
Dos meus tristes versos
Que pairam
Sobre a miséria do mundo.

Ó operário
Em construção
Que sempre dizias sim
E agora dizes não
Teu não é agora
Carregado de tristeza
E procuro
Encontrar em teu soluço
A resposta
A solução
Para o drama,
Fantástico,
Energúmeno drama
De ser humano.

Oh, não! Não me leias!
Por favor
Faz qualquer outra coisa
Como por exemplo
Ouvir os Mamonas Assassinas
Mas, não me lê!
Por que irias marejar
Teus olhos?

O meu drama
Oh, que patético!
É um veneno letal
Que poderá
Corroer-te a alma
E te lançar
Nesse oceano de desilusões
Em que me encontro.

Teus ouvidos líricos
Precisam de Beethoven,
De Mozart
Embora
Tenham sido eles vítimas
Da mesma melancolia!…

Ó teus olhos precisam
Inebriar-se de Bandeira
Embora este
Tenha-te flagrado
Catando comida
Entre os detritos!

Precisas de Drummond
Com o seu mundo,
Mundo, vasto mundo!
Que embora
Tenha um solo fecundo
A milhões, ouviu?
A milhões nNega o pão!

by Léo Frederico de Las Vegas

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