SONETO DE LIBIDO E SONHO


Preciso me despir dessa quimera
Desse olhar o luar qual moribundo
Lobo solitário a vagar no mundo
Prestes a cair na garra da pantera

Que espreita, soturna e dócil, à espera,
Sua vítima com desejo vil, profundo,
De abatê-la no charco azul, fecundo,
De fantasia de outono e primavera!

Preciso, pois, despetalar minh'alma
E oferecer às rosas o perfume
Inebriante que possa exalar!

Preciso me entregar (ternura e calma)
À pantera que me beija sem ciúme
Cuja fome em meus lábios vem matar!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NA MOLDURA DA CAMA…

INFINITIVO

AMOR SINGULAR