Preciso me despir dessa quimera
Desse olhar o luar qual moribundo
Lobo solitário a vagar no mundo
Prestes a cair na garra da pantera
Que espreita, soturna e dócil, à espera,
Sua vítima com desejo vil, profundo,
De abatê-la no charco azul, fecundo,
De fantasia de outono e primavera!
Preciso, pois, despetalar minh'alma
E oferecer às rosas o perfume
Inebriante que possa exalar!
Preciso me entregar (ternura e calma)
À pantera que me beija sem ciúme
Cuja fome em meus lábios vem matar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário