O DRAMA DE UM MENOR ABANDONADO

 

Mãe, por que me abandonaste ao léu do Destino?...
Pai, por que me deixaste quando ainda menino?...
Pai, Mãe, respondam-me: eu tenho que saber o porquê!
Eu era simplesmente um indefeso quando vocês
Condenaram-me ao desprezo como se eu fosse um assassino...

Ah, meus pais! Fui condenado a dormir ao relento...
E, no lixão, todo santo dia procuro o meu alimento;
Vez ou outra, vou encontrá-lo no dinheiro que nos pedestres
Eu furto, sendo por este ato chamado de pivete...
Mas, nem isto basta para o meu sustento...

Clamo, mas por ninguém minha voz é ouvida;
Não há quem me queira dar guarida...
Cúmulo da injustiça, sou marginalizado,
Para os homens não sou mais que um menor abandonado
E um daqueles a quem foi negado o direito à Vida!

Essa é minha história!... A ponte é meu abrigo;
Sofro muito, mas ninguém, Deus meu, chega comigo,
E me convida pra em sua casa habitar
Ao contrário: nas grandes da prisão vou parar
Se para alguém eu representar perigo!

Minha vida é um dilema! Esta é minha triste sorte!
Das injúrias da sociedade sou o alvo forte...
E o combate com a polícia é meu último castigo;
Tomba um corpo ao chão! Nada, não! É dum mendigo...
Sou desprezado de todos até na minha morte!

by Olímpio José de Araújo

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