terça-feira, 31 de julho de 2012

DELÍRIOS D'ALMA



À noite abro as janelas
Da alma
Para o murmúrio da fonte
Para o cintilar das estrelas
Para a balbúrdia dos insetos
Noturnos
Que tecem no ventre da Noite
O afã de um novo dia.

Sou feliz quando anoitece!

Fico a ouvir as estrelas
E tecer serenatas
E na contramão dos grilos e sapos
Torço pra que não amanheça
Porque sofro
Todo dia
A desventura de olhar
Pela janela
E ter lembranças
Dolorosas
Dos "erros" que cometi
E ter saudade pungente
De não me negar
Em essência
O direito constitucional
Humano
De ser quem sou!

by Gumercindo Dantas

segunda-feira, 30 de julho de 2012

ALMA E CORPO



Tenho a alma presa
E o corpo mutilado
Já não sei sentir o que sentia...
Só me resta exorcizar
O medo
Dos tristes versos
Desta lóbrega poesia!

by Gumercindo Dantas

domingo, 29 de julho de 2012

O ETERNO (RE)FLUIR DA VIDA...


de instante em instante
e lá se foi a vida
escorrendo entre os dedos
qual filete d'água
ampulheta quase vazia
da areia do tempo
que passou veloz
no teatro da vida
mal percebemos
o momento de entrar
em cena
de brilhar
cumprir nosso papel
incorporar o personagem
e já é hora
de demarcar a deixa
de deixar outro ator
atordoado
no afã de cumprir
a sua sina!
e no fim a vida
sempre passa
e se renova
sorriso após sorriso!

by Gumercindo Dantas

sábado, 28 de julho de 2012

ALMA IMPENETRÁVAL



Ao Itamar de Vasconcelos Ribeiro Jr.
O território palmilhas da tristeza
E da dor de pertencer à natureza
Das coisas como exatamente são.
Tens chagado e dormente o coração
E não podes nem mesmo respirar
Na garganta o nó, a falta de ar
E mais um dia pra cumprir sem novidade
(Onde escondeu-se essa tal felicidade?)
E cantas - em alto som - o desespero
De gozar o momento em exaspero
À fluidez do tempo implacável
Não te sentes amante nem amável
E tens a alma e o cuore putrefato
E pensamentos suicidas: isto é fato!
Mas inda tens um verso alvissareiro
E o desejo de estar errado, verdadeiro,
Que te faria, feliz, enfim, ganhar...
Então cantes ao mundo teus dilemas
Em versos livres, em trovas, em poemas
Porque a vida, irmão poeta, é cantar!

by Olímpio José de Araújo

sexta-feira, 27 de julho de 2012

O CANTO DA CIGARRA



A cigarra,
Não obstante
A iminência
De sua morte
Canta
Porque o verão
Anuncia-se, faceiro!

by Olímpio José de Araújo

quarta-feira, 25 de julho de 2012

SONETO DE LIBIDO E SONHO


Preciso me despir dessa quimera
Desse olhar o luar qual moribundo
Lobo solitário a vagar no mundo
Prestes a cair na garra da pantera

Que espreita, soturna e dócil, à espera,
Sua vítima com desejo vil, profundo,
De abatê-la no charco azul, fecundo,
De fantasia de outono e primavera!

Preciso, pois, despetalar minh'alma
E oferecer às rosas o perfume
Inebriante que possa exalar!

Preciso me entregar (ternura e calma)
À pantera que me beija sem ciúme
Cuja fome em meus lábios vem matar!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CASARÃO ABANDONADO



A Docival de Souza Gomes

Que guardava o Casarão Abandonado
Que nos legaste (ainda que incompleto?)
Que mistérios no seu interior?!... Repleto
Talvez apenas do olhar assustado

Do homenzinho de cinco anos!?... (Completo
Retrato do que já fui no passado!)
Mas deixaste teu conto inacabado
E o meninozinho a sumir discreto

No sombrio corredor onde parlendas
Povoassem cada cômodo de lendas
Vividas por longinquos ancentrais!

E o que mais aconteceu não é sabido
Porque te foste tão desenibido
O cachimbo eternal fumar da paz!!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

domingo, 22 de julho de 2012

PERFUME DE CALÍOPE



fios de seda
tecem a vida
cujo olho
perscruta
as distâncias
e fragrâncias
que preenchem
o curto espaço
da existência
flores volatizam
deixando o ar
perfumado de poesia!

by Olímpio José de Araújo

sábado, 21 de julho de 2012

NO SILÊNCIO QUE ME TRAZ VOCÊ



Neste momento de mortal silêncio
Estou pensando em você.
Você é a razão da minha vida!

Não posso negar que outros lábios beijei
Que por diferentes caminhos trafeguei
Nem negar que foi somente a você
Que eu mais amei.

Não mais te amo!
Sim, não mais te amo
Como nos primeiros dias
Quando tudo me parecia
Uma doce ilusão!

Mas te amo!
Amo-te tão complexamente
Agora, porque de alma e coração...

Neste momento de mortal silêncio
Estou tão só
Tentando matar a saudade
Que aos poucos me mata...

Penso em teus lábios,
Nas tuas carícias,
Cerro os olhos
E deixo-me envolver
Por essa doce magia de amar.

Daqui a pouco a virá a noite
E então
Estarei em teus braços frágeis
E meu coração sorrirá feliz!

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 20 de julho de 2012

NA LÁPIDE DE UM DESAFETO...


Vontade de escrever em tua lápide:
"Aqui jaz quem na vida me humilhou;
Quem na vida me o seu amor negou;
Quem me feriu o coração qual bruta áspide!

by Manoel da Silva botelho

quinta-feira, 19 de julho de 2012

LUA NOVA: UM DOCE AFAGO PARA O CORAÇÃO

 
Caminhando pelo céu diurnamente
A lua nova bem próxima do sol
Vem mostrar seu sorriso resplendente
Na magia desse lânguido arrebol...

Seu fino halo prateado está no rol
Das mais raras belezas - simplesmente! -
E, se lhe junta a voz de um rouxinol
A poesia se faz iridescente

De terna paz enchendo a natureza.
Então, o poeta embebido de ternura
- Nos olhos uma névoa de beleza -

Sai cantarolando uma canção
Que lhe transborda a alma de doçura
Num doce afago para o coração!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

AURORA DA VIDA




A juventude é a Aurora da Vida!...

Ser jovem é não sentir dor nem cansaço
É viver intensamente uma paixão;
É desejar viver entre beijos e abraços
Com a pessoa amada, guardando-a no coração.
Ser jovem é seguir os bem-aventurados passos
Daqueles que nos deixaram um bom legado,
É caminhar sublimemente pelo etéreo espaço
Em busca de prazeres nunca dantes imaginados!

A juventude é a Aurora da Vida!...

Quando se é jovem a vida parece bela
E os dias sempre são dias floridos;
Sim! No aurorescer da vida a primavera
Tem seus momentos multicoloridos!
A idade juvenil é uma estrela
Supernova que entra em explosão
E através de múltiplas centelhas
Espalha luz e vida pela etérea amplidão...

A juventude é a Aurora da Vida!...

É na idade primaveril que se conhece
O homem do futuro! O verdadeiro poeta!
Pois o jovem do presente rubusto cresce
E, na maturidade, tem sua vida completa.
Quando isto verdadeiramente acontece
Se vê que os ensinos aprendidos na juventude
São seguidos pelo homem que amadurece
Sendo-lhe um grande bem como dizem suas atitudes!

A juventude é a Aurora da Vida!...

Ser jovem é cantar uma maviosa melodia
Que engrandeça os encantos da Natureza!
Ser jovem é bendizer com alegria
A primavera e sua lírica beleza!
Ser jovem é sorrir noite e dia
Mesmo que seja o momento de gran dor;
Ser jovem é se embevecer com a harmonia
Das notas musicais de um pássaro cantor...
Ser jovem é ter sempre a companhia
De uma bela poesia que fale muito mais de amor!

by Léo Frederico de Las Vegas

domingo, 15 de julho de 2012

SENTIMENTOS



Todo ser humano tem sentimentos.
Sejam estes maus
Como o ódio, o rancor, a amargura
Ou sejam benévolos, sublimes,
Como a amizade, o afeto, o amor...

Os sentimentos
Têm sua importância
Conforme o uso que deles
O homem venha a fazer,

Pois se usares
Os teus sentimentos na prática do Bem
Receberás em troca, em retribuição
Tudo quanto tiveres feito:
Serás amadado e querido por muitos.

No entanto, se cultivares sentimentos malévolos
E se malevolamente os empregares
Odiando, guardando mágoas no coração,
Na certa, alguém te há de odiar
Com rancores
Pois o mal atrai o mal!...

Se te deixares vencer pelos maus sentimentos
A amargura será tua eterna companheira
Fazendo morada em teu coração
E o tédio, o desespero, o desengano
E a desventura jamais te abandonarão...

Não, amigo! Não incorras no erro
De guardar rancor em teu coração,
Pois o ódio mata,
O rancor é veneno letal...

Retira, pois, as mágoas de teu coração,
Para que vivas tranquilamente.

(Para seres amado
Terás que amar;
Para receberes carinho
Terás que entregar-te
Totalmente em carícias
E para receberes ternura
É teu dever espalhar afeto em cada coração!)

Amigo,
Não te deixes dominar
Pelos maus sentimentos:
Vence-os
E serás feliz em teu viver!

Não se julgue vencido
Se não forem correspondidos
Os sentimentos teus
Não se esqueça que você
É filho de Deus
E que Ele te olhará sempre
Com carinho e com ternura...
Não te deixes dominar pelo tédio,
Mas procura viver os mais felizes momentos
Que a vida te dá!

Nas horas de vil melancolia
Procura a alegria
No profundo de tua alma
E encontrarás um transbordar de carícias,
De emoções, de nostálgica poesia...

Ainda que a vida pareça sem sentido
Ainda que tenhas a impressão
De que todos te negam o elementar direito
De ser feliz
Lembra-te que muito além do imenso Azul
Alguém na arquibancada do Destino
Torce por você, pelo teu sucesso final!

Se, com o coração desanuviado pelo amor,
Puderes ser feliz,
E se de teus mais tristes momentos
Fizeres os mais risonhos,
Se de tua vida
Fizeres uma canção de amor
Que encante os passarinhos,
Embeveça os homens
E faça ninar as criancinhas,
Se, afinal, de teu viver
Fizeres a mais bela poesia jamais escrita
Então terás alcançado a sublimidade
Da perfeição
E compreendido o verdadeiro sentido do amor,
O mais lindo, o mais esplêndido,
O mais sublime de todos os sentimentos!...

by Olímpio José de Araújo

sábado, 14 de julho de 2012

VITÓRIA-RÉGIA



no banzeiro
sonolento das marés
meu coração
se liquefez em mágoas
e ao olhar o reflexo
de jaci no espelho d'água
não resisti e me tornei
inexoravelmente
esta impoluta
flor noturna!

by Olímpio José de Araújo

sexta-feira, 13 de julho de 2012

EMBEVECIMENTO










Foi numa esplendorosa viagem
Que eu te conheci, minha querida!
Foste a razão maior da minha vida
E a minha alucinante miragem.

Beijava-me, lentamente, a aragem,
Quando perante mim, você, despida
E envolta na imaginária plumagem
Do meu grande amor, alma garrida,

A mim se entregava totalmente!...
E fizemos amor tão de repente
Sentindo o prazer delicioso

Das carícias, dos abraços, dos beijos
Que matando todos os meus desejos
Me fizeram sonhar um pleno gozo!...

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 11 de julho de 2012

SONETO DA FANTÁSTICA DESCOBERTA





Ah, poeta!... Morres em ficar calado
Embora teimes em manter-te vivo
A sentir o fel no gogó entalado
Da agonia de teu verso compulsivo!

Ah, poeta!... É tortuoso o teu traçado!
E teu olhar surreal, contemplativo,
Não esconde o segredo mascarado
De fazer-te da infâmia um adesivo!

Manchas com a cal de tuas vastas lágrimas
O branco do papel que é teu sonho
A fabricar teu mísero milagre! Mas

Isso não é tudo. Erras travestido
Pelos palcos teu teatro vil, medonho...
E descobres que é bom não ter morrido!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

terça-feira, 10 de julho de 2012

LUA DESMILINGUIDA


E a lua, vai, então, bem devagar,
Desmilinguindo-se - enevoada -
Prateando de ternura
Minha vida amargurada
E dura!


by Jayme Lorenzini García


segunda-feira, 9 de julho de 2012

LABIRINTO & LABORATÓRIO



ao Zack
Dormes sozinho nas noites sem lua
E dedicas teu "Monólogo" à vida
"Por Trás das Portas", vês sendo rompida
A inocência esvair-se pela rua!

(Chegando à "Última Estação" florida,
O "Poema Amargo" um gosto azul tressua;
E "O Navegante" leva na charrua
A moça de olhos secos falecida!

Não há sonhos do "Caos" no exórdio
E a flor de "Agosto" - flor-de-castidade -
Brota exangue sua doce perspicácia!)

No "Rio das Dores" descobres teu encórdio,
Te deixas ocultar na "Identidade"
Mas te revelas no "Livro de Acácia"!

Yara Cínthya Marcondes da Silveira

domingo, 8 de julho de 2012

NOTURNO MELGACENSE




Há uma poesia que nenhuma rima escreve.
No entanto, eu sinto-a, cá fora,
Impregnada nas coisas, no ar,
Nas poças d´água, no vento frio
Que se esbate em meu rosto
Na conversa das meninas
Que comentam no banco da Praça da Matriz
A mais recente
Atualização de status
No Facebook!
É uma poesia que se não pode
Apreender na rigidez métrica de um soneto
Na graciosidade de um haicai
Ou mesmo na exuberância
De um canto real
Ela cabe num martelo agalopado
E mesmo num rubai
Mas esquiva-se, faceira,
E sai saltitando nessa canção
Livre, em livres versos!

by Olímpio José de Araújo

sábado, 7 de julho de 2012

AO POVO A DECISÃO!



Darão ibope ao Boto Tucuxi
Os Sombras que pelas sombras estão!?...
Por que há tanta baixaria aqui e ali
Nesse período singular de eleição?

Quem vota é o povo! É o cidadão
De bem que escolhe o seu líder! Daí
Que o voto é arma, poder de decisão...
...E não boatos que se espalham por aí!

Quem hoje é um poço de honestidade
Há de amanhã se lambuzar na lama
Das falcatruas e conchavos mórbidos...

Deixem ao povo, pois, a liberdade
De votar em quem quiser sem drama...
Então nos poupem dos detalhes sórdidos!

by Jayme Lorenzini Garcia

sexta-feira, 6 de julho de 2012

ALÉM DO VÉU DA VIDA




Não cabe no soneto essa amargura
Não cabe no rondel essa tristeza
Talvez coubesse um pouco de ternura
Talvez coubesse um ramo de beleza!

Não cabe na balada a pedra dura
Não cabe no gazal essa aspereza
Talvez coubesse um pouco de brandura
Talvez coubesse um galho de fraqueza!

Olhar o horizonte e inundar-se
Dos mistérios ocultos no abismo
Da alma conturbada a charfurdar-se!

Esquecer esse inverso narcisismo
Liberdade do poema na catarse
Eis o que sonho... e quero... e cismo!...

terça-feira, 3 de julho de 2012

UM MÁGICO LUAR

 
Luar de julho
Me enteneces a alma!

(Não há nada mais gostoso
Que as mágicas carícias do luar!...)

Ó lua benfazeja
Enterneces-me a alma
E inundas meu coração
Do teu triste afeto;
Tua pálida e adocicada luz
Vem fazer companhia
À minha sombra solitária
E minha solidão
Esvai-se em ternura
Nesse mágico encontro!

Vem, ó senhora da noite,
E põe em meus lábios
A palavra-mistério
Que fará a minha Bem-Amada
Inebriar-se de paixão!

by Léo Frederico de Las Vegas

sábado, 30 de junho de 2012

POETA VIVO



Denunciar injustiças
Nas asas da lucidez
Deve ser a nossa liça
Em estado de viuvez
Ergamos de uma vez
Por aí aos quatro cantos
Nossa voz (ou nosso pranto)
Mas não fiquemos calados
Pois só assim a morte é certa
Quanto a mim - que sou poeta -
Meu dever, inda que Torto,
É ser a voz dos oprimidos
E mesmo que reprimido
Denunciar: não estou morto!

by Jayme Lorenzini García

sexta-feira, 29 de junho de 2012

É PRECISO QUE SE VIVA PRA LUTAR



Olhar pela fresta é covardia
É fugir, pois, do 'front' de batalha
É vestir manto gélido, mortalha
De quem perdeu da vida a alegria.

Não fazer o que antes se fazia
Por puro comodismo - voz de gralha -
É entregar o pescoço à navalha
É sepultar da beleza a poesia!

Preciso é conservar os longos gestos
Que se erguem em forma de protestos
Não morrer sem antes reverberar

A falta de amor... carinho terno...
E inda que não haja céu ou mesmo inferno
É preciso estar vivo pra lutar!

by Jayme Lorenzini García

segunda-feira, 25 de junho de 2012

NÃO VALE A PENA



Você não dá nada
Pela luz da lua
Você não dá nada
Por essa paixão
Você não dá nada
Pela eterna dor
Que aflige meu peito

Você nem pergunta
Porque estou na rua
Já fora de hora
Em total solidão
No bar esvaindo
Esse grande amor
Que eu julgava perfeito

Você não dá nada
E eu a sofrer
Essa dor ingrata
Que é te perder
Mas não tem problema
Vou sair da lama
Pois não vale a pena
Amar quem não ama!

Você nem pergunta
Porque estou na rua
Já fora de hora
Em total solidão
No bar esvaindo
Esse grande amor
Que eu julgava perfeito

Você não dá nada
E eu a sofrer
Essa dor ingrata
Que é te perder
Mas não tem problema
Vou sair da lama
Pois não vale a pena
Amar quem não ama!

by Manoel da Silva Botelho

domingo, 24 de junho de 2012

MISSÃO CUMPRIDA



Margareth viveu nesta terra
E não há muito se foi.
Sua prece ao lado do berço,
Seu rosto meigo e sereno,
Seu sorriso a transmitir ternura,
Seus olhos a distribuir amor:
Sublime condição de mãe!

Margareth, tantas vezes
Gemeu sob a dor do parto...
Levando numa noite fria
O carinho ao infante que o pedia!

Tantas vezes Margareth
Transmitiu o calor humano
Dizendo ao filho: "Eu te amo!"

- O bebê quer mamar?!
- Mama, bebê! Mama até fartar!!!

E uma lágrima de felicidade beija
O rosto angelical de quem viveu
Para transmitir meiguice e doce afeto.

- Trazei-ma para junto de mim.
- Tra-la-emos, SENHOR!

E um outro anjo luzente
Toma Margareth nos braços
E a leva aos braços de Deus.

Que doce sinfonia inunda os Céus
Para receber aquela
Que, enquanto palmilhou este chão,
Cumpriu a sua árdua, mas nobre missão
E foi uma autêntica Mãe!

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 22 de junho de 2012

MELGAÇO... MELGACENSE... MELGACINO!...



Hoje te vás da terrena convivência...
(Quem dera fosse isto um mau sonho!)
Mas deixas como exemplo a sapiência
De homem honesto e honrado, Antonio!

Chora a terra onde nasceste, enlutada,
Lágrimas de um brilho triste e franzino,
Pois deixas órfã a tua terra amada
Melgacense até no nome, Melgacino!

Como olvidar que foste um dos grandes?
(Ignorar-te os méritos ninguém ousa!…)
Mas a evitar que tu um dia brandes
A reclamar, homenageamos-te, de Souza!

E a nossa alma sente a dor aguda
De saber-te um morador da fria lousa
Saudades serenizadas na canção muda
Ó Antonio Melgacino de Souza!

Sim, a saudade que temos é tão fremente
Que dir-se-ia não se conter no coração…
E há de seguir-nos, vida a fora, a tua ausente
Presença de avô, pai, tio, esposo... e irmão!
Melgaço, 21 de junho de 2012.

by Léo Frederico de Las Vegas

terça-feira, 19 de junho de 2012

NOS SEIOS DA LUA NOVA



Receosamente te distrais
Rasgando versos inclusos
E passeias pela cidade oculta
Tua hipocrisia, tua máscara
De poeta decadentista!
Lavas as mãos
Antes do cantar do galo
E repousas, bêbado,
Nos seios da Lua Nova!

domingo, 17 de junho de 2012

AUSÊNCIAS NACARADAS



Queria tocar teu coração
- Essa terra de ausências -
E ser o perfume nacarado
Que te deixa inebriado
E que gentilmente exala
De tuas mãos em flor!

by Yara Cínthya Marcondes da Silveira

sábado, 16 de junho de 2012

RIOS À ESMO



Mais uma sílaba do mesmo verso
Mais um gemido do mesmo orgasmo
Mais um pecado do mesmo inconfesso
Mais um delírio, mais um louco espasmo!

Mais uma prece do mesmo converso
Mais um sorriso do mesmo sarcasmo
Mais um fracasso do mesmo insucesso
Mais um boêmio, mais um pleonasmo!

E a vida então se molda pelo esteta
Que se molda à sua obra que se molda
À vida itinerante de um profeta.

Eu sou barco ao léu nos rios à esmo
Árvore verde esperando a poda
Eu sou quem era sem ser mais do mesmo!

by Manoel da Silva Botelho

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...