A AURORA QUE PROVÉM DA MADRUGADA


A madrugada informe,
Cólebra,
Desliza entre os seios
Da noite
Afagando as cálidas
Lágrimas
Dos anjos caídos,
Anjos sem nome,
Sem asas,
Que saem
Juntamente com a lua
A recolher
Por entre os jardins
As juras de amor eterno
Proferidas
Pelas namoradas suicidas
Que preferiram
Morrer virgens
A entregar
A outro falso amor
Seu corpo, sua inocência,
Sua pele inconsútil.

A madrugada, cólebra,
Serpeiteia
Pelo ventre insaciável
Da manhã
Anunciando o ressurgir
Das noivas
Que voltaram
Impolutas
Para o colo indolor
De seus amados.

A madrugada, informe,
Cambaleia
E dá lugar ao nascer
De um novo dia!

by Manoel da Silva Botelho

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