Que dizem as cartas pelo tempo amareladas,
Que diz o tempo que tão ligeiro passa,
Sobre as nossas canções desesperadas,
Sobre o sentir que o nosso peito esgarça?!
Sobre o Amor que floriu pelas sacadas
De nossas vidas e nos encheu de paz e graça,
Sobre a Paixão que desceu pelas escadas
E expôs na rua essa triste rima esparsa?!
Que dizem os astros, que dizem as estrelas
Nos labirintos e entrelinhas siderais
Sobre a paixão que não pôde contê-las
E esparziu-se na infinitude deste amor?
Aprisiona-lo-iam as intempéries zodiacais?
Que força estranha conter-lhe-ia o fulgor?!
by Pedro Paulo Barreto de Lima