quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SAUDADES...

Docival De Souza Gomes

Por quanto tempo ficam as saudades no peito
A choro, risos e lágrimas de primavera a regá-las
Se seu dono já não as reclama
Enternecido, afagado, acariciado pelo beijo da morte
Amorosamente com ela entrelaçado
No jazigo abandonado?

Hão de passar, pau-la-ti-na-men-te, como as nuvens
De uma tardezinha de verão
Que, sem pudor, nos privam da lua nova!?

Primeiro os gestos debochados:
Depois um certo jeito de sorrir,
A certeza de que Drummond era o maior,
A própria face inconfundível
Confundida com a explosão de uma supernova?!

(Saudade boa não comporta esquecimento..., never, never, never!)

Mas as lembranças do que foi e já não é,
Transformam-no, por fim, em adubo para as rosas...
Destino (inclusive) de todos nós, Docival!...

by Jaime Adilton Marques de Araújo

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

DEFININDO MELGAÇO


Melgaço é carinho puro,
É aconchego, é abraço gostoso,
É um jeito especial de amar.

É o passado que busca o futuro,
É o presente que se faz carinhoso,
É a brisa que beija o mar!...

... Esse canto Mãe D'Água, Yara,
No instante sem par da reponta,
Entoava nos igarapés

E o poeta que se encantara
Com a voz maviosa, afronta,
Os mistérios dos velhos pajés...

E segue também entoando
Um hino de grande valor
À cidade que o viu nascer

De belezas o peito estufando
E já desfalecido de amor
Inspirado, se põe a dizer:

Teu mel me enlaçou num só traço
Não passo seu o teu abraço
Sem teu laço não mudo o passo!

Me encanta teu lasso compasso
De saudade, enfim, me desfaço,
De em ti só pensar, ó Melgaço!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

SERENATA


Sinto uma saudade tua
Tão grande
Que não me cabe no peito
E me escorre pelos olhos
Em lágrimas!

Só há uma Lua Negra
Que espia
Nosso amor clandestino!...
Onde, pois, então,
Ser feliz
Se a própria vida me diz:
Não podes, ó poeta,
Desiste,
Não insiste?!

Só,
Estou tão só
Tenho um violão
E uma cachaça
Na noite escura
Em plena rua
Uma música
Pra você
Agora vou tecer
Em suave serenata!

by Manoel da Silva Botelho

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O BEM MAIOR DA VIDA


Eu não quero que parem a cidade
Por minha causa quando eu morrer;
Quero que a vida continue a ser
A mesma com total simplicidade.

Quando eu me for (e espero que não há de
Ser tão breve, pois muito vou viver),
E então, sem mais nem menos, falecer
Quero que hajam com naturalidade.

E falem sobre a vã filosofia
De querer abraçar o mundo inteiro
Como a cousa mais ridícula que há.

Que junto à minha urna, com alegria,
Descubram  meu sorriso prazenteiro
E que o bem maior da vida é amar!

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

FUMAÇA

     
Ao meu amigo Zack, para que saiba quem é

Fui olhar-me ao espelho e estremeci:
Quanto tempo perdido em devaneio!
Incrédulo, vi um fantasma meio
Que triste!... Eu não me reconheci

No amargo rosto refletido! Receio
Que faz tempo que eu me perdi.
Quantas ilusões, fantasias, bloqueio
De tudo quanto belo eu não vivi!

Mas a imagem refletida é fidedigna.
Essa máscara hipócrita, maligna
Que vejo é tudo o que de mim restou!

Eu, que pensei ser dia e primavera
Vejo que (oh, martírio, oh, quimera!)
Não sou nada. E... eu nem sei quem sou!

by Manoel da Silva Botelho

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SONETO DE TERNURA À MAMÃE


Fui por ti gerado e fui criado
Como um sonho nos ninhos do amor
Por teus braços de seda cativado
Fui peralta e do sete o pintor.

Pintado de chão brincava. O calor
De teu sorriso de mel inebriado
Me deixava, água levando o ardor
Do sol, teus braços de chuva... molhado!

Era a tua proteção sempre presente...
Mesmo hoje já crescido, teu "bebê"
Usufrui teu aconchego nunca ausente!

De que tamanho é, mãe, teu coração?
Não sei! Mas, se um erro eu cometer
Sei que será menor que o teu perdão!

by Itamar de Vasconcelos R. Jr.
    &
by Yara Cínthya Marcondes da Silveira

domingo, 11 de dezembro de 2011

SONETO DE TERNURA À ILHA DA MARACANÃ











Onde estão as revoadas de araras,
Papagaios, maracanãs, periquitos?...
Ao visitante de hoje - mosquitos
E mutucas... e nada de aves raras!

Árvores belas tornadas caiçaras
Praias submersas, quadros precitos
De belas paisagens, mortos em ritos
Caititus, jacarés e outras embiaras!

Quando Mamede te exaltou no Hino
Que enobrece soberbo, ressupino
Meu torrão natal, de alma louçã,

Eras mais que uma ilha tão-somente:
Cartão postal, eras do céu o presente
Pra Melgaço, ó Ilha da Maracanã!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

AMOR PRA TODA HORA


O meu amor não é abstração
É latente, real, bate em meu peito
Na sintonia do prazer, desfeito
Em lágrimas que regam o coração!

O meu amor é mais que emoção
É uma áspera carícia, é um jeito
Especial de buscar o ar, refeito
Que se está da súbita paixão.

O meu amor é essa brisa leve
Que sopra em teu cabelo as luzes
Que o tempo teima em te coroar...

O meu amor sempre contigo esteve
Ajudando-te a levar as cruzes
Que nos impõem por, simplesmente, amar!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A INDESEJADA DE TODAS AS GENTES...


O hálito podre da Morte me apavora
E sou alérgico ao seu terrífico estertor;
Mas sinto-o n'alma a corroer desde agora
Os quadros mais belos que a vida me pintou!

Sinto-o, numa fome voraz que me devora,
A deixar em minha boca a nâusea,  o amargor
Dos longos anos que vivi em vão, embora
Seja o retrato em preto e branco do que sou!

Tal como o verme infame que faminto espreita
A carne pútrida que se destina a ser
Seu lauto banquete na interminável noite

A Morte sem firulas ao meu lado deita
Bafejando horrores a me estremecer...
E eu, me entrego, louco, ao sibilar do açoite...

by Manoel da Silva Botelho

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A DOR DESSA SAUDADE


Essa dor em meu peito é saudade
É saudade que não para de sangrar
Que me faz pensar que inda há esp'rança
De que um dia eu possa te amar!

Essa dor em meu peito é nostalgia
É nostalgia de teu beijo, teu olhar,
Que me faz imaginar que sem tardança
Eu possa um dia meu amor te entregar!

Ah, se fosse essa dor erradicada
E nosso amor feito, enfim, realidade
Desse vida às flores mortas da sacada

Eu não pediria nada mais que essa verdade:
Saber-te sempre minha musa, minha Amada...
E eu sufocaria a dor dessa saudade!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CUMULONIMBUS

Thunderstorm anvil - NOAA.jpg

Em síntese a noite sussura
O choro das nuvens complexas.
Dolente, a minha alma urra
Sílabas de dor desconexas.

E eu sou essa noite escura
E eu sou essas nuvens espessas;
E eu teço em sutil urdidura
Tua volta, agora, às pressas!

Pois senão o carinho perece,
Pois senão a candura fenece,
Na incerteza de tua presença.

E eu invento teu nome, teu gosto,
E uma beleza sem par, de dar gosto...
E te cultuo na minha descrença!

by Manoel da Silva Botelho

domingo, 4 de dezembro de 2011

SONETO DE AMOR E CIÚME


Surpreendi a poesia há pouco
Tecendo rimas em teus cabelos;
E eu fiquei triste em meus zelos
Enciumado feito um louco

Que desdobrei-me em desvelos...
Calíope nem percebeu - tampouco -
Será que tem o ouvido mouco?
Não vê que meus violoncelos

É que te tocam, ó Bem-Amada,
E em doce paz transfigurada
Te fazem ser feliz assim?!

Tenho ciúmes de mãos impuras
Que te afagam, ó deusa pura!...
Quero-te, inteira, só pra mim!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

sábado, 3 de dezembro de 2011

À MARTA MORAES GARCIA




Uma saudade
Uma lembrança
Uma verdade
Uma esperança!

Uma pessoa
No mundo nascida
De índole boa
E dona da vida!

Quis a implacável sina
Sua roupa rasgada
E, desde menina,
Sua alma dilacerada!

Não obstante o sofrer
Ela é forte, feliz e querida
E por nada há de querer
Desistir da vida!

Ela é uma rara pepita
A mais valiosa turquesa!
Sei, ninguém acredita,
Mas ela é a minha princesa!

Dia-a-dia me consome
Uma nostálgica alegria
Que se traduz em um nome:
Marta Moraes Garcia!

Uma saudade
Uma lembrança
Uma verdade
Uma esperança

De seja aqui ou onde for
Com ela ser feliz em nome do amor!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

AMOR, IMACULADO AMOR



Teu dorso elegante
Teu olhar encantador
Faz-me ficar galante
Pra você, ó meu amor!
Quando me beijas
Sou transportado
Ao mundo da lua...
Menina, essa pele tua
Tem cheiro e cor
De pecado!

Ver-te como vieste ao mundo
Enche-me de prazer total;
Fazer-te um carinho profundo
É o que mais gosto, afinal!

Quando unidos fazemos amor
Somos quais dois inocentes
Que num imaculado leito
Se amam de um modo perfeito,
Perfeito amor sem precedentes!

Amo-te com ternura,
Minha linda sereia
E sempre te hei de amar
Pois com você ficar
Minh'alma anseia!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

AMO-TE


O que tenho a dizer-te
Está guardado
No lado oculto da lua
O que tenho a declarar-te
É inefável
Nos inefáveis lábios
Dos serafins!
É a canção amiga
Sonhada por Drummond
É a Pasárgada inatingível
De Manuel Bandeira
É a volúpia na madrugada
De Vinícius!
O que tenho à dizer-te é:
Amo-te!
Amo-te e ninguém
Pode mudar isso!

by Léo Frederico de Las Vegas

domingo, 27 de novembro de 2011

QUERO ESTAR CONTIGO



De teus olhos talvez seja a esmeralda
Talvez seja o sol de teus cabelos
Mas há algo em ti, ó Esmeralda,
Que me faz embevecer e subir pelos

Muros de teu calor! És a grinalda
De lírios voluptuosos, amarelos,
E que sempre está comigo, espalda
Atada à minh'alma por peçuelos!

Talvez seja o sorriso de lagarto
Submerso nos escombros da paixão
Talvez seja o serpear de teu umbigo...

Talvez seja a fresta aberta em teu quarto
Talvez seja o palpitar do coração,
Mas algo em ti me chama a estar contigo!

sábado, 26 de novembro de 2011

INSANO DEVANEIO


Ó meu amor! Meu grande e sublime amor!
É com uma tão imensurável amargura
Que recordo a tristeza em que você me deixou...
Estou acabrunado, cheio de tédio, tristura!
A melacolia a minh'alma inundou
Desde o trágico momento de despedida dura...

Encantadora mulher, minha meiga musa,
Iluminaste o meu ser com a luz do teu olhar!
Mas meu amor retribuiste com uma recusa
E sem dó me magoaste, e eu, a chorar
Não mais hei de buscar outra criatura
Durante o meu viver que a tudo se alheia,
Pois somente tu és minha morena, minha sereia!

Queria-te mais que tudo! Queria-te eternamente
A gozar das maravilhas do norte e do sul...
Queria ser teu rei! No meu reinado certamente
Pássaros em revoadas surgiriam pelo Azul
Esparzindo através de seu canto em todo o lugar
A quimérica felicidade! O mistério de amar!...

by Olímpio José de Araújo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

TEU AMADO, TUA VOLÚPIA


Eu sou o teu amado
O teu amigo
E companheiro
Aquele que te lambe
Com os olhos
E trago em minhas
Mãos os sonhos
Que embalam
Teus desejos
Tua louca vontade
De ser possuída
Em núpcias!
Sou teu tudo, tua vida,
Tua volúpia!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

TERRA E CÉU


Estou aqui
A dar-te o meu sorriso
Um sorriso
Sem promessas vãs
Estou aqui
A dar-te o meu silêncio
Intenso
Saudando auroras
E manhãs.

Estou aqui
A dizer-te que inútil
É procurar-te em meus olhos
Tu sou eu;
Tua alma está tecida
Inconsútil
Na epiderme de minh'alma
Terra e céu!

by Olímpio José de Araújo

terça-feira, 22 de novembro de 2011

SAUDADE DE VOCÊ


A brisa segredou ao meu ouvido
A triste história de um grande amor
Persistente, não deu-se por vencido
Embora o tempo criasse um bolor

Nas meigas carícias, nos sentidos...
Vulcão extinto que inda guarda o calor,
Vontade de expelir os seus brasidos,
Eflúvios borbulhantes de uma flor!

A brisa mansa afagou a minha alma
Nos instantes de amena paz e calma
E me trouxe a lembrança, sem saber

Da menina que amei em minha infância
De um amor sincero e puro, de criança...
Saudade! que saudade de você!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SILÊNCIO, SOMENTE SILÊNCIO!


No silêncio absurdo das horas
Deitado ao travesseiro
Frente a frente ao espelho
Procuro-te em minha retina
E sinto a saudade
Inundar meus olhos!
Que foi feito das juras
Do "sempre vou te amar"
Se constato, angustiado,
Que és apenas uma tênue
Lembrança no desvão
Esquecido de minha memória?

Se minhas pálpebras
Castigadas pelo tempo
Denunciam que não tenho
Teu colo, tua ternura,
Teu afeto?

Onde está você, amor?

Por que se esconde assim
De mim
Por que foges de meus
Longos abraços
Cheios de estrelas cadentes?!

No silêncio absurdo das horas
Procuro-te e encontro
Silêncio, somente silêncio!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

LUA MINGUANTE DE NOVEMBRO


A lua está pálida de inveja
De tua exuberância de mulher
De tuas formas voluptuosas
De tua sutil sensualidade!

A lua (pra que ninguém a veja)
Se vai minguando até desaparecer
Pequeno halo de nuvens vaporosas
Debilitada pelas luzes da cidade!

A lua silente na madrugada fria
Vai tecendo o raiar de um novo dia
Propício às amorosas aventuras!

E tu, mulher perfeita, vais tecendo
A saudade que em meu peito decrescendo
Liquefaz-se em carícias e ternuras!

by Jayme Lorenzini García

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

É LINDO…



É lindo o amor que une dois corações
Em um só que então pulsa feliz
E vive uma vida plena de emoções
E de prazeres como ele sempre quis!
É lindo o amor que de duas almas apaixonadas
Faz uma só pelos laços inquebrantáveis do amor…
É lindo o botão de uma roseira cálida
Que na manhã primaveril desabrocha em flor…

Quão maravilhoso, oh
Qual esplêndido é o amor!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PROMESSA QUEBRADA


Mas olho;
Mas procuro;
Mas fuço;
E os espinhos
voam das rosas
E maculam
Minhas mãos
De um perfume
Adocicado
De sangue!

by Léo Frederico de Las Vegas

sábado, 12 de novembro de 2011

MUITO MAIS QUE MIRAGEM



Se o meu nome indelével ecoa
Nos momentos de inaudível silêncio
Em teu pensar que já se esboroa
E se esvai pela estrada do tempo....

Se meus olhos inda trazem a marca
Dos nossos lindos sonhos de ouro
Apesar de ter-nos sido a vida ingrata,
É por que fomos feitos um para o outro....

Por isso grito o teu nome no escuro
De minh'alma em total solidão
Escondido em sutil tatuagem

Além do corpo - n'alma e coração -
Esse amor é passado, presente e futuro...
Imortal, e muito mais que miragem!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

HINO DE EXALTAÇÃO AO PARÁ



Salve, ó terra de ricas florestas,
Terra imensa de meus ancestrais
Onde o sol adentrando as frestas
Das cabanas, inunda-as de paz.
Vê-las sempre coesas e unidas,
Laborando com força e vigor
É o sonho de milhares de vidas
Fecundadas ao sol do equador!

Teu destino é viver entre festas,
Que os teus sonhos traduzem reais
De aninhares pessoas honestas
Vindas dos longínquos corumbás
Que em chegando tão desiludidas
Em ti encontram conforto e calor
E as riquezas jamais escondidas
Do progresso, da paz e do amor!

Salve, ó terra de ricas florestas,
De infinitas belezas rurais
As tuas noites abrigam serestas
E os teus dias projetos, ideais!
Quanto dói-me tristes despedidas!
E eu te perco se algum dia me for;
Então louvo tuas matas floridas,
Fecundadas ao sol do equador!

Ó Pará, quanto orgulha ser filho,
De uma terra feliz, altaneira
Que se ufana de ser o tordilho
Da excelsa pátria mãe brasileira;
Eu te quero sublime e valente,
E de tua glória ser o consorte
Exultando por ser descendente
De um colosso, tão belo, e tão forte!

Juncaremos de flores teu trilho,
Pois que somos gente prazenteira
E em havendo na frente empecilho
Venceremos com a mão guerreira
Da União, pois somos boa semente!
Te queremos inteiro, sem corte,
Pois que és, ó Pará, a imponente
Do Brasil, sentinela do Norte!

E a deixar de manter esse brilho
Que ofusca glória vã, passageira,
Que não rima no nosso estribilho
E só quer manchar nossa bandeira
Preferimos que a vil serpente
Nos morda, que a dor nos conforte;
E a olhar te partirem, inclemente,
Preferimos, mil vezes, a Morte!

Salve, ó terra de rios gigantes
Que maiores no mundo não há
Rios d'aldeia do poeta distantes
Aos daqui não podem comparar
Esta terra é um bom nascedouro
De riquezas desde a antemanhã
Tem mais glórias que o simples calouro
D'Amazônia, princesa louçã!

Tudo em ti são encantos vibrantes:
Fauna e flora e o imenso rio-mar
Amazonas e os seus navegantes
Que buscam sempre se alimentar
De tu' exuberância - escoadouro
Que nos traz a alegria cunhã
E o mundo todo te inveja o louro
Desde a indústria à rudeza pagã.

Salve, ó terra de rios gigantes
Terra que eu sempre hei de amar
Declarando em altofalantes:
Sou de um país que se chama Pará!
Aos que querem levar nosso ouro
Nós diremos: Sai pra lá, acauã!
O Pará há de ser um só, o tesouro
D'Amazônia, princesa louçã!

by José Olímpio de Araújo

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A FACE ESPLÊNDIDA DA LUA (...E NOS DEIXAMOS FICAR NESSE PAÍS!)

 
                                      A Celso Viáfora e Nilson Chaves

Não são eternos os velhos de Brasília.
No entanto, algo estranho lá acontece:
Quem para lá se vai logo envelhece
E, assim, não é nenhuma maravilha

Que a maltratar o povo então comece.
Sina sinistra que já em Tordesilhas
O futuro selou da grande Ilha
De Vera Cruz! Poder que recrudesce

Nas mãos dos que dirigem o destino
Do povo cuja chance se extenua
"De se afirmar, de arrasar, de ser feliz!"

Mas, acontece que nosso olhar menino
Beija a face esplêndida da lua...
...E nos deixamos ficar nesse país!

by Jayme Lorenzini García

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O AVESSO DE MINHA ALMA TORTA





Não! Não posso, nem quero ser Pessoa
Mas sou pessoa diversa do que sinto
Por isso, às vezes, em meus versos minto
Que sinto o que sinto numa boa!

"O poeta é um fingidor..." dita à toa
Essa frase soa como um absinto
Mas o contexto inteiro é labirinto
D'alma liberta que pra longe voa!

Sou múltiplo, por isso canto a vida.
Outras vezes simplesmente a detesto...
Indiferença?!... Meu ser não comporta!

Travam, meus outros eus,  luta renhida
Co' as palavras!... Por vezes os contesto
Com o avesso de minha alma torta!

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...