quarta-feira, 17 de novembro de 2010

SONETO DE ESPERANÇA


Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
Alceu Valença - "Anunciação"
Já estou escutando os teus sinais
Na doce voz do vento temporão
Que acarinha teus recantos sensuais
Reacendendo-te o fogo da paixão!

Sei que vens! E por ti meu coração
Bate, acelerando um pouco mais!...
Que bom saber que a vil solidão
Vai sucumbir! Eia, sus, enfim virás!

Virás pra florescer a minha vida,
Virás pra ser a minha Bem-Amada
Morena de meus sonhos e delírios.

E trarás para a terra ressequida
De minh'alma uma chuva abençoada
E em mim florescerão rosas e lírios!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

NÃO DESPREZE O MEU AMOR...



Se tu tivesses alguém no teu encalço
Disputando o meu amor, meu coração,
Não sorririas esse sorriso falso,
Pois por ti estou morrendo de paixão.

Mas, porque tens só a ti minha atenção
E me vês, à tua mercê, nu e descalço,
Zombas de mim, com grande gozação
E levas o meu amor ao cadafalso!

Não faz assim, meu bem, que isso magoa.
Também sofro e como qualquer pessoa
Tenho um sonho e um desejo delirante...

Se continuas a me esnobar, cuidado!...
Um dia por me sentir tão desprezado
Quem sabe não queira mais ser teu amante!

by Léo Frederico de Las Vegas

domingo, 14 de novembro de 2010

REFLEXÕES EM FACE DA MORTE


A morte não tem idade realmente
E nem tão-pouco critério de escolha
O velho e rude galho ou a tenra folha
São levados, por ela, incontinenti!

E à nossa dor se mostra indiferente:
Vem em nosso jardim e então desfolha
Nossas roseiras e faz que se encolha
A alegria do rosto antes sorridente!

Mas, temos que aceitá-la. É a lei.
E, também, nossa única certeza.
(Dos mistérios da vida nada sei!)

Seremos - cedo ou tarde - não é surpresa,
(E quem sabe até quando aqui serei?...)
Devolvidos todos à Natureza!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FIZ TUDO POR AMOR



Por amor já roubei versos alheios
Dei-os à lua e até subi em laranjeira.
Por amor fiz poesia altaneira
À beira d'água amando-te em coleios.

Por amor u'a doce canção fagueira
Da algibeira tirei pra teus enleios...
Por amor contratei pombos-correios
Que por e-mails a minha verdadeira

Paixão levaram a ti, ó minha vida,
Exalando a doce sinceridade
Desse sentir que jamais ficou exangue.

Por amor fiz rondéis, trovas... sentida
Emoção fui expressando com verdade...
Por amor chorei lágrimas de sangue!

by Léo Frederico de Las Vegas

domingo, 7 de novembro de 2010

SONETO DO AMOR NÃO CORRESPONDIDO



Esmaga violentamente o coração
O amor fugaz e não correspondido.
Sofro muito e como um pássaro ferido
Silenciei para sempre minha canção.

Num claustro escuro encerro esse amor
Que foi somente meu, foi minha vida;
Minha poesia; minha linda musa querida;
Pólen melífluo de minha singela flor!

Mas hoje esse amor é o meu pesar;
A minha melancolia… a minha desventura…
Ah! Tivesses ainda um pouco de ternura
E eu libertar-te-ia, ó amor, para sonhar!

Sim, o amor fugaz e não correspondido
Esmaga sem dó o meu pobre coração sofrido…

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

NÃO GOSTO DE DIZER ADEUS



Eu não gosto de ir a cemitérios
Nem pra levar a última homenagem.
Basta, aos que morreram, seguir viagem
Sós que sozinho fico vitupérios

Ouvindo dos vivos e despautérios
Que me falta sentimento ou coragem...
O que dizem não passa de bobagem
Mas não ligo para esses impropérios!

O que não gosto é olhar o amigo morto
Hoje, se ontem mesmo ainda sorria.
Lembrá-lo vivo pra mim é um conforto!

E o que, às vezes, parece covardia
Nada mais é que um carinho torto
De vida e morte honrar com alegria!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

domingo, 31 de outubro de 2010

PEDINDO PERDÃO



Entre os tropeços da vida
Achei-me em falta contigo…
Quisera tanto suavizar tuas feridas
E ser pelo menos teu amigo!

Sei, te feri com mil espinhos...
Sem dó nem compaixão…
Longe estou do teu carinho,
Sofrendo está meu coração!

Essa cilada do destino
Encruzilhou nossos caminhos
E de estar ao teu lado me impede.

Mereço toda essa tortura
Mas por favor, não me angustura;
Cuida do nosso amigo Teddy.

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

LUA… LUA… LUAR!



Tão vazio de mim mesmo (…)
Esta lua me deixa comovido
Com vontade de chorar…
Saio para a rua
Vou fazer serenata
Para a minha Bem-Amada
Que não quer voltar!
Meu violão chora de tristeza;
Meu coração suspira de desejo…
Ah, quem me dera
Tê-la nessa hora!
Cobri-la-ia
Com meus beijos!…

Esta lua patética e solit(d)ária
Me faz sonhar!

by Léo Frederico de Las Vegas

terça-feira, 26 de outubro de 2010

SOLIDÃO



Sofro por causa de um amor passado.
Tem suas dores também a solidão.
Ela faz um infeliz do feliz apaixonado;
Ela também machuca o pobre coração.

Sinto saudades nesta vil solidão
Daquele amor que outrora foi só meu…
Oh! Como corrói em mim essa paixão
Que é mais intensa que a de Romeu…

Se relembrar o passado é sofrer
Sei jamais terá fim meu sofrimento
Pois eu sempre hei de lembrar você!

- Jamais sairás do meu pensamento.

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SONETO DE UM AMOR QUE NÃO TEM FIM



Ainda estão em minhas mãos enruguecidas
Os perfumes inebriantes que derramavas
Em cada carta de amor que me mandavas
Trazendo cores e primavera à minha vida!

Ah, o tempo! "O tempo nunca passa!" - pensavas -
"Pois nosso amor é grande e para muitas vidas!..."
Entanto, ele passou e levou tudo de vencida,
Mas não levou o amor que em nosso peito latejava!

E esse amor incomum, atemporal, não geográfico,
Antes do paleolítico, bem antes, paleográfico,
Há de ir muito além do fim do fim das eras.

E, quando, enfim, meu corpo inerte, alquebrado,
Adentrar os jardins do Além, do Inexplicado,
Vou te encontrar, Amor, sorrindo às primaveras!

 by Pedro Paulo Barreto de Lima

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

SONETO DE NECESSIDADE



"Por que escreves?" - perguntaram a Clarice.
E ela olha o seu interlocutor sem mágoa
E lhe devolve: "E tu, por que bebes água?"
- Bebo porque tenho sede! - ele lhe disse!

- Exatamente! - replica com meiguice -
"Escrevo pra me manter viva!..." - Assim a frágua
(Como o rio o é para o mar onde deságua)
Queima a lenha que arde com ledice.

Faço minhas as palavras de Lispector
E apresento-vos aqui o meu prospecto:
Nulla dies sine linea - nenhum só! -

Que a poesia é alimento para a alma
Traz quietude, bonança, paz e calma
- Serei, portanto, da vida um cantor!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

SONETO À MATRIARCA DE MELGAÇO



As coisas parecem envoltas num mormaço.
Choram as nuvens uma escassa neblina.
Até mesmo a brisa fagueira, matutina,
Quase não chega, está morta de cansaço.

Há, nas cores, um tom sutil de turmalina,
E os ares quedam-se, foscos, num embaraço...
Mas há festejos de alegria no cerúleo paço
Anjos recebem, rostos alegres, uma menina

Que a tantas vidas deu a vida! tão franzina
Era, mas tão dona de um grande abraço,
Grande parteira, de todas a mais sabina,

Pois sempre viveu da vida no compasso
Até ser chamada ao céu por mão divina:
Falo de D. Bené, matriarca de Melgaço!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

terça-feira, 19 de outubro de 2010

DOCE LEMBRANÇA!



Quem dera fosses
Apenas uma doce,
Uma doce lembrança
Em minha vida!...

Mas, és mais que isso,
És ferida,
Aberta, latejante,
Cruciante,
Tatuagem indelével
Na minha alma...

E, por isso,
Sem sossego e sem calma
Tenho medo
De assustar
Esse Amor que é inefável!

by Adilton Marques

domingo, 17 de outubro de 2010

O SUAVE SOM DA TROANTE VOZ DE DEUS



O suave som da troante voz de Deus
Ressuscita a primavera em minha vida
E traz alento para a alma ressequida
Que O anela na terra árida dos filisteus!

Volto agora, Senhor amado, pra os braços Teus
Por que aqui a Tua voz se faz ouvida
Noutro lugar fica a minh'alma iludida
Mas em Tua casa ganho passagem para os Céus!

Por isso venho, Senhor, agora, arrependido
Dar-Te o meu ser; pois sei mui bem não tem sentido
A existência de quem não sabe quem Tu és.

Tu és, ó Deus, o Autor da vida, o Arquiteto!
Por isso venho neste culto o meu afeto
Te entregar e render-me, salvo, aos Teus pés!

by Léo Frederico de Las Vegas

sábado, 16 de outubro de 2010

UM BRINDE AO AMOR



Sou o arrepio libidinoso que arremete
Sensuais sensações silvestres selvas
Contra a tua epiderme!... E ao cio te entregas
E me olhas, súplice, dizendo: - mete!

Então rolamos noite à fora pelas relvas
Tendo por cúmplice aquela estrela tiete
Que risca o céu e se esvai em tom soviete
Deixando um fogo que se derrama em tuas nádegas!

A lua irrompe gélida e derrete-se de gozo
Sentindo o arfar, de teus lábios, caloroso
Ante o prenúncio de um múltiplo orgasmo!

E eu te amo como nunca amei ainda.
E é pouca a noite pra o nosso amor... e o dia brinda
À nossa intensa paixão com grande espasmo!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PRIMEVOS SONHOS



Com o que sonhava Adão antes da Queda?
Com as delícias do fruto proibido
ou com a cálida ardência da libido
De sua querida e Bem-Amada Eva?

Que pensava ele será da labareda
Que de repente invadia sem sentido
Aparente o corpo enlanguescido
De sua amada a iluminar a treva?

Sei que Adão não entendia menos
Que eu dos beijos doces e morenos
De sua querida - gotas de delícias -

Por isso, em vindo lhe oferecer
Eva do fruto, sei, com gran prazer
Gozou Adão do amor suas primícias!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SONETO DA MANHÃ QUE VAI CHEGAR

A João Cabral de Melo Neto



Aos poucos a manhã se elabora;
Um galo canta aqui, outro acolá,
Mais além outro; e a sangüínea aurora
Prenuncia que um novo dia vai raiar!

Aos poucos um novo dia vai raiar
Porque a tênue manhã se elabora
Cantando um galo aqui, outro acolá,
Outro mais, no seio rubro da rubra aurora.

E a manhã somente luminosidade
Vai se tecendo e é tamanha a claridade
Que a um sonhar quimérico conduz…

E adentrando a Catedral dos Sonhos
Ela se junta a esses versos que componho
Numa explosão de poesia e luz!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

NINANDO O AMOR



Ei-las a dormir, as minhas Bem-Amadas!
E a sonhar com um mundo puro de felicidade!
Ei-las a banhar-se no pranto das alvoradas
E a voar livres nas asas ritmadas da saudade!

Ei-las tranqüilas, as faces tão rosadas!
E em cada rosto o sulco da serenidade…
Ei-las tão joviais nessa jovem madrugada
Enternecidas de uma paz que as invade.

E eis-me a velar-lhes o sono tranqüilo.
Eis-me a escutar a querida voz dos grilos
Enquanto Amor entra em meu peito e o avassá-la!

Eis-me enfim de amor transfigurado.
Eis-me só na madrugada acordado.
E ei-las felizes a dormir. Por que acordá-las?

by Jaime Adilton Marques de Araújo

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...