SONETO À MATRIARCA DE MELGAÇO



As coisas parecem envoltas num mormaço.
Choram as nuvens uma escassa neblina.
Até mesmo a brisa fagueira, matutina,
Quase não chega, está morta de cansaço.

Há, nas cores, um tom sutil de turmalina,
E os ares quedam-se, foscos, num embaraço...
Mas há festejos de alegria no cerúleo paço
Anjos recebem, rostos alegres, uma menina

Que a tantas vidas deu a vida! tão franzina
Era, mas tão dona de um grande abraço,
Grande parteira, de todas a mais sabina,

Pois sempre viveu da vida no compasso
Até ser chamada ao céu por mão divina:
Falo de D. Bené, matriarca de Melgaço!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

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