SONETO DE NECESSIDADE



"Por que escreves?" - perguntaram a Clarice.
E ela olha o seu interlocutor sem mágoa
E lhe devolve: "E tu, por que bebes água?"
- Bebo porque tenho sede! - ele lhe disse!

- Exatamente! - replica com meiguice -
"Escrevo pra me manter viva!..." - Assim a frágua
(Como o rio o é para o mar onde deságua)
Queima a lenha que arde com ledice.

Faço minhas as palavras de Lispector
E apresento-vos aqui o meu prospecto:
Nulla dies sine linea - nenhum só! -

Que a poesia é alimento para a alma
Traz quietude, bonança, paz e calma
- Serei, portanto, da vida um cantor!

by Léo Frederico de Las Vegas

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