segunda-feira, 28 de junho de 2010

FLORBELA ESPANCA E EU

Flor bela espanca a mão que imprudente
A quer colher do roseiral da vida
(Irmã das nuvens, incompreendida!)
Com um frágil espinho iridescente!

Eu sou a mão que de modo inconseqüente
Tenta colher-te, ó alma dolorida…
Feres-me com doçura a alma perdida
E essa dor vou gozando docemente!

Como você eu também não tive norte,
Cometi vida afora, desatino…                                                                    
Restou-me tão-só o estertor da morte!

Envelhecido sou uma carranca.
Almas gêmeas, negou-nos o Destino
O encontro surreal, Florbela Espanca!

by Léo Frederico de Las Vegas

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