quarta-feira, 30 de junho de 2010

TERNA EVOCAÇÃO


De Aquém-Túmulo te homenageamos
Lembrando de teu gesto ressupino
Todos nós os que hoje e sempre te amamos
De todo o nosso coração, Venino!

Colherias mais uma primavera —
Não te houvesse roubado o olhar cordato
A Morte, essa indesejável Megera —
Hoje, sim! 30 de junho, Lobato!

Não te olvidamos o teu jeito sábio
De enfrentar serenamente o dia-a-dia…
Trazias o gosto do existir no lábio
E na alma um quê de ternura, Garcia!

Mas foste embora assim tão de repente
Mergulhando noss’alma em nostalgia
Deixando em nosso coração carente
Dores, Venino Lobato Garcia!

Só a saudade é tamanha em noss’alma
Que nos unge de uma viva esperança…
E nos abranda o peito em doce calma
Pois viverás sempre em nossa lembrança.

Melgaço, 30 de junho de 2002.

by Léo Frederico de Las Vegas

terça-feira, 29 de junho de 2010

UM SONETO AO AMIRALDO



Estamos gratos a Deus de coração
Por esta manhã tão radiosa
Em que Amiraldo Pereira de Souza
Completa anos! Que grande satisfação

É vê-lo sorridente, feliz; de bem com a vida!
Comemorando juntamente com os seus…
E tudo isto graças ao bom Deus
Que reservou-nos esta data tão querida!

Que continues sendo essa pessoa
Meiga, carinhosa, gentil, alegre e boa...
E que nosso exemplo sempre possas ser.

São os votos de todos da tua família:
Mãe, pai, irmãos, esposa, filhos, filhas…
Amiraldo querido, parabéns pra você!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 28 de junho de 2010

FLORBELA ESPANCA E EU

Flor bela espanca a mão que imprudente
A quer colher do roseiral da vida
(Irmã das nuvens, incompreendida!)
Com um frágil espinho iridescente!

Eu sou a mão que de modo inconseqüente
Tenta colher-te, ó alma dolorida…
Feres-me com doçura a alma perdida
E essa dor vou gozando docemente!

Como você eu também não tive norte,
Cometi vida afora, desatino…                                                                    
Restou-me tão-só o estertor da morte!

Envelhecido sou uma carranca.
Almas gêmeas, negou-nos o Destino
O encontro surreal, Florbela Espanca!

by Léo Frederico de Las Vegas

sábado, 26 de junho de 2010

NA SOLIDÃO DA NOITE MORTA




Na triste solidão da noite morta
Na hora extrema em que os espectros
Vagueiam tristes a tanger seus plectros
Bem-Querer bateu à minha porta!

Por que estava ali? Não me importa…
Porém, seu rosto tinha o aspecto
De quem da vida o fel sorveu e já provecto
Procura Amor que em outro cais aporta!…

Nada dissemos um ao outro. Nada
Há que se diga numa hora dessas
Senão chorar a má sorte desgraçada!

E ocultaram Bem-Querer sombras espessas.
E eu fiquei só a lamentar na Madrugada
A ausência de Amor e suas promessas…

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 25 de junho de 2010

VERSOS DE AMOR À BEIRA DA MORTE



Ao pressentir que a hora extrema
Para o seu marido chegava
Uma senhora pensou num poema
Onde todo o seu amor expressava

Ao velhinho, paixão de sua vida.
Eram versos de uma paixão verdadeira
À moda ribeirinha, vivida,
No dia-a-dia, com cenas corriqueiras.

Na poesia, o verdadeiro sentido
A senhora buscou, do amar...
Convidou o seu esposo querido
Para rimas e versos trocar.

O senhor, arquejando, aquiesceu
Ao pedido de sua bem-amada,
A qual lhe disse: primeiro digo o meu;
Depois você recita a sua quadra!

E, assim, inspirada no amor,
Que a vida inteira ao amado devotara
A velhinha com cuidado suspirou
Os seguintes versos, de forma bem clara:
- Gilberto, meu cravo roxo,
Gilberto, minha almofada,
Quando eu não te vejo
Eu não como, eu não bebo,
Eu não faço nada!
Emocionado com versos tão sentidos
Que lhe compungiram o coração
O velhinho disse: Teu poema é bonito...
Lá vai o meu, velha!...
(E mandou este refrão)
- Lá vai o sol se pondo,
Vermelho e quente;
Cabelo do meu cu, nega,
Pra palitar teu dente.
- Desgraçado do velho miserável -
A velhinha respondeu, desapontada.
- Mesmo morrendo esse irresponsável
Não deixa de fazer graça e piada.
E assim terminamos essa história
De um amor verdadeiro, singular...
E se você, caro leitor, pressente que é a hora,
Convide o seu bem para versos recitar...

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

SONETO À LUA



Ó lua, esse teu sorriso de neon
Faz a minha pobre alma divagar…
E te vejo aureolada de Drummond
Sonos e sonhos ceifando devagar.

Essa música que exalas, esse som,
Esse gorjeio de amor me faz sonhar!
Um arrepio me arrebata, um frisson…
É a Mulher fatal que vem me amar!

Uma Mulher que tem em seu colo a lua…
Mulher do povo, simpática, seminua,
Cujas curvas só eu posso percorrê-las…

Uma Mulher que se desmancha em sorriso
E que traz em seu ventre o Paraíso
E que é nascida do orgasmo das estrelas!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 23 de junho de 2010

PELA ENÉSIMA VEZ...



Pela enésima vez vou dizer que te adoro;
Pela enésima vez vou dizer que te quero;
Pela enésima vez vou cantar meu bolero;
Pela enésima vez, meu amor, te imploro:

Acredite em mim, nesse amor que é tão puro;
Nessa louca paixão que por ti eu proclamo…
Pela enésima vez, meu amor, eu te juro…
Pela enésima vez vou dizer que te amo!

Pela enésima vez esse meu grito mudo
Vai dizer-te, amor, que te amo demais…
Vai dizer-te, amor, que você é meu tudo!

Que sem você não sou nada e talvez
Já não seja de amar nenhum pouco capaz…
E é por isso que eu te amo pela enésima vez!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 21 de junho de 2010

SONETO DO ETERNO AMOR



Tenho um sentimento por anos alojado
No quênion ao lado esquerdo do meu peito
Que me ferve as veias e me deixa de um jeito
Tonto de ternura e de paixão inebriado.

É o sentimento de um amor perfeito
No mais recôndito de meu coração guardado
Que me deixa feliz, em transe, amalgamado
À tua epiderme e ao teu gozo rarefeito!

E por que és minha luz, meu céu, meu mar,
Meu chão, minha única certeza absoluta
E o ponto de equilíbrio do meu universo

É que me ponho, quase sempre, a cantar
As saudades desse infinito querer! – Escuta –
Sempre te hei de amar inda que seja só em versos!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

sábado, 19 de junho de 2010

ALMA FERIDA



Trevas se abatem sobre mim;
Melancolia e tristeza me invadem;
Meu coração derrama-se em pranto;
Tenho medo de não agüentar…
O tic-tac do relógio
É devastadoramente pausado e monótono!
Cada minuto nesse desespero
É um século que não acaba mais.

Estou com o peito ferido
E o coração sangrando
Meu verso tem sabor de morte!!!

Desfiz uma ilusão
Machuquei meu coração
Mas escapei com vida!

Resolvi destemidamente
Assumir minha verdadeira identidade:
Sou diferente!

Mas ao fazer notória essa decisão
Fui ferida mortalmente
Por toda uma sociedade
De valores decadentes…

E eis-me aqui acabrunhada,
Sorrindo minha tristeza
Tendo que suportar o mundo
E sufocar o meu gemido.

Ah! Que vontade de dizer a todos:
- Queridos, eu também sou vossa irmã!
Discriminar alguém por causa da raça, sexo ou coisa afim...
Tenho certeza é a coisa mais vã.

Eu vim ao mundo com uma missão:
As dores da humanidade minimizar.
Não é a pólio quem vai me impedir, não!
Devo o fraterno amor a todos levar!

Sou olhada obliquamente;
Sou alvo de muito preconceito.
Mas tenho orgulho de ser diferente:
É um poema de amor o meu defeito…

Já está alegre o meu coração
Estou com forças pra prosseguir
Hei de levar da vida a água e o pão
Àqueles que estão a sucumbir!

Ó deixai-me solidariedar-me convosco pobres de espírito
Meu amor provém de Jesus Cristo!

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A LUA QUE NOS FAZ SONHAR



Hão de chorar, quando chegar a noite,
Sim, por ela, chorar todas as virgens!
Porque o seu grande amor feito vertigem
Crava em meu peito seu punhal e açoite!

Ela então há de ouvir os meus anseios
E as sinceras juras de amor eterno.
E me fará dormir entre os seus seios
Aquecendo-me durante todo o inverno!

E no céu a lua antiga de alabastro
Bendirá, venturosa, o nosso amor,
Tornando-o o mais luminoso astro!

Então, ébrios de luz, pela Via-Láctea,
Ir-nos-emos espargindo o langor
De nossa louca paixão intemerata!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A UM CORAÇÃO APAIXONADO



Sei, numa terra mui distante,
Muito, muito além do horizonte,
Um coração bate por mim!
Tiquetaqueia, ó coração amado,
Pois o meu também está apaixonado
Pela mulher que me fascina
E com o seu olhar me ilumina
E ainda é a dona de ti!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ÊXTASE LUNAR



Ó Marta!
Marta das martas
Marta dos meus sonhos
E dos meus pesadelos também!

De aurora a arrebol
E de arrebol a aurora
Decifro, impregnadas no ar
As mais exóticas formas de amar!

A silente quietude desta cidade
E o esplendoroso pôr-do-sol
Que dá um tom majestoso à paisagem
Vêm falar da poética mensagem
Provinda dos misteriosos encantos do luar
E inunda a minh’alma de saudade!

Que maravilha!
O luar
A embriagar o infinito
E a abençoar
O nosso amor
Que é tão sincero
E tão bonito!

Que belo
O reflexo da lua
Nas límpidas e plácidas águas do Mar!

Ah, como eu quero
Afagar a face tua
E te afogar no meu beijar!!!

Quero gozar a liberdade
Do gonçalvino sabiá
Cuja feliz hilaridade
É esse meigo amor cantar —
Amor que é feito de saudade
E enfeitiçado pelo luar!

Que maravilha!
O luar
A embriagar o infinito
E a abençoar
O nosso amor
Que é tão sincero
Quanto bonito!

Oh, que instante de paz e nostalgia!
Sobe do mar uma impávida sereia
E, levitando, beija feliz a lua cheia,
Segredo místico da minha poesia!

Amor da minha vida! És a sereia
A borrifar poesia pelo céu…
Te vejo branca de amor; te vejo cheia
De felicidade a correr pra os braços meus!

Sim! És meiga e sensual
Te vejo despudoradamente nua…
E te amo qual animal —
Te amo tragicamente, ó minha querida lua!

Tudo tão belo!
Eu e você, lua querida!
A nos amar
Infinitamente por toda a vida…

by Léo Frederico de Las Vegas

domingo, 13 de junho de 2010

POEMA PARA UM CORPO ESCULTURAL



O teu corpo tem inumeráveis encantos
E com uma linguagem toda especial
Convida-me ao amor…

Como és bela, querida minha,
Por tudo quanto me tens feito;
Pela alegria que me tens proporcionado
Por me fazer acreditar em mim mesmo.
Por que há em ti, minha querida,
Toda a plenitude dessa beleza
A que os poetas chamam vida.

E, à noite, quanto estou contigo,
Um profundo amor parece emanar dele
E então sou feliz
Porque teu corpo
É para mim
A mais profunda poesia!

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ROMEU & JULIETA


Não sou
Nem pretendo ser o deus do meu destino
Por isso me deixo ficar, abandonado,
Ao sabor das gigantescas ondas
Dos mares tumultuosos da paixão
Que dilaceram as veias de minha impura poesia
E reabrem as cicatrizes de um sentimento
Que o tempo não conseguiu derrotar...
Dizem os poetas todos
(E aqui descubro que não sou poeta,
Pois não o digo)
Que o tempo é o senhor da vida
E que tudo passa
E que o seu passar é o remédio para todos os males.
Entretanto, não obstante a passagem do tempo
O meu amor continua aqui, comigo,
Vivo, latejando em meu peito,
Qual ferida, entreaberta, sufocando
As rimas de um poema que não aconteceu.
Triste história de amor
Sem beijos, sem abraços, sem afagos!
Ah, Amada de minh’alma,
Minha inacessível Rapunzel,
Cinderela a fugir de meu contato antes de findar-se o encanto,
Bela Adormecida de meus sonhos esquecidos...
Que dor no peito, que lágrimas, que solidão!!!
Seria amor se não fosse loucura, se não fosse paixão!...
Sei não, (se és primavera, verão, outono, inverno...)
Mas desconfio que estamos reeditando
Romeu & Julieta dos tempos modernos!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

domingo, 6 de junho de 2010

TRÁGICO AMOR


Quanta lembrança!…
Oh, amor não correspondido,
Trágico amor…
Amor que hei sofrido
Com tanta desesperança…
Com tanto dissabor…

Minha vida é só melancolia,
Meu coração está ferido;
Sofro durante noite e dia
Este amor não correspondido…

Consola-te, meu pobre coração,
Não tens direito de amar.
É tua somente essa paixão,
É somente teu esse pesar…
Ó não fica assim, angustiado,
Não mereces tal sofrimento…
Pois sei que um dia em breve
Sim, em breve hás de ser amado!
E então terás contentamento.
Então em êxtase deslumbrado
Ouvirás a canção do vento
Que há de encher de plena alegria
Todos os teus vãos momentos
Que agora são poesia
E lírico vislumbramento!
Sim, não são mais que nostalgia...
Esse ardente sentimento…

Oh, trágico amor!
O amor não correspondido
Com a mesma força de pensamento.

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 3 de junho de 2010

NÃO DÁ PRA IMAGINAR



Como posso, John Lennon,
Não me preocupar com o amanhã
Se o hoje só me traz incertezas
E está tão longe Aldebarã?…

Como posso imaginar
Não haver paraíso
Se para a vida embelezar
Um pouco de sonho é preciso?

Quando dizes que bom seria
Se não houvesse inferno apenas céu
Transborda em ti uma suave poesia
E falas o vocabulário de Deus!

Mas quanto ao hoje que queres
Vivamos intensamente
Descartando a possibilidade de um amanhã
Sinto exalar de tuas entranhas um pessimismo agonizante
Que não resiste a grandiosidade da vida!

Como seria, me diz, John Lennon,
Se não houvesse o cricrilar nos grilos,
Se as estrelas não cintilassem
No bojo negro do céu tranqüilo?!

Como seria, John Lennon,
Se é que o podes me dizer
Uma tarde preguiçosa sem um vento ameno,
Um poema sem motivo para acontecer?!

O mundo seria, John Lennon,
Um verdadeiro caos de melancolia
Se não fora o lenitivo da Poesia!

by Léo Frederico de Las Vegas

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...