segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ULTRA-ROMÂNTICO



- Que queres, amor, que te dê
Neste momento em que o tempo parece ilógico
E enlaçamos as mãos, enamorados?!...
Pede-me, - e dar-te-ei - que vais querer?
Um poema? Uma rosa? Um canário?!



- Ah, quem me dera me deras um zoológico
Cheio de onças, araras, mico-leões-dourados
Garças, beija-flores e tartarugas e um aquário
Com um cardume de garoupas!

- Escuta aqui, ó garota!
Não tens pudor?
Estás querendo
Mesmo o brasileiro
Faunário
Ou estás me fazendo
De otário
De olho no meu dinheiro,
No meu saldo bancário?

Ora, Senhor!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

domingo, 26 de setembro de 2010

DA UNIVERSALIDADE DA POESIA



A poesia não se restringe a uma época
Ainda que venha datada e com local.
Ela sempre tem um quê de eterno, universal,
Que a torna a mais venerável déspota!

Na poesia somos todos inconstantes:
Deitamos com Cecília, Adélia e Henriqueta.
Dizemos ser Vinícius nosso maior poeta...
Mas lembramos de Drummond e de Murilo Mendes!

Amamos homens e mulheres, não importa.
A poesia não tem sexo e nem tem cor
E a qualquer hora pode bater em nossa porta.

Mas... a seguir o conselho de Quintana
"Nunca dates os teus poemas" não vou por
Local nem data. Este soneto será chalana!...

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

sábado, 25 de setembro de 2010

SEGREDO REVELADO



Eu vou dizer o que ninguém ousou ainda.
Você, talvez, caro leitor, nem me dê crédito;
Mas o que eu tenho a revelar é algo inédito,
Inacessível em recôndita berlinda!

Mas, todo mistério um dia tem sua áurea finda
E o segredo vem à tona, talvez por édito,
Ou, quem sabe, por voz de quem não tem descrédito.
Por isso, direi o inefável e a frase linda!

Maneira esdrúxula de começar terceto.
Praticamente terminamos o soneto
E nada de o tal segredo se revelar...

Mas o que direi poeta algum já disse um dia:
– Quero feliz morrer no colo de Maria,
E por minha vida inteira a quero amar!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SONETO DE AMOR E DESEJO




Sob os lençóis aveludados te espero
Em nossa cama para a mágica sessão
De amor & sexo, de desejo & tesão
Que vai tirar-nos desse desespero

Que nos invade. Hoje eu te quero
Para aplacar de meu corpo o vulcão.
O membro hirto já demonstra a paixão
E o meu desejo de possuir-te é sincero.

Por isso, vem, querida minha! A nudez
De meu corpo é completa. Traz-me a tua
E nos amemos, gozando com insensatez

O gozo pleno das estrelas e da lua
Deixando o cheiro dessa louca embriaguez
Se esvair, noite a fora, pela rua!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SONETO DOS DIAS TURBULENTOS


A nostalgia dos dias me enlouquece
Nesse afã de respirar um sentimento
E de vivê-lo em todo o vão momento
Que já não sei de minha vida. Parece

Que me esqueço, e a vida, incólume, acontece.
Já não sei discernir entre paz e sofrimento.
Busco encontrar na poesia o lenimento
Para esse angústia que já o meu estro fenece.

E saio à rua anoitecida de setembro.
Um não-sei-quê de ternura que não lembro
Me toma de assalto - seria saudade dos meus avós?

Sei que no brejo coaxa a saparia
E me enregela o corpo tal letargia
Que vou parindo este soneto de gosto atroz!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

UMA NOITE COM VOCÊ



A emoção de ter você ao meu lado
Nesta silente noite enluarada
Faz transbordar de alegria, ó Amada
Minha, o meu coração apaixonado!

Entre mil beijos, nós, os enamorados,
Vemos aproximar-se a madrugada
Trazendo consigo seus mistérios e fadas
Ao ninho do nosso amor encantado!

E então vivemos a emoção sem par
De amor fazermos à luz do luar
De gozarmos inefáveis momentos!

Os nossos corpos nus e agarradinhos
Em delírios de amor e de carinhos
Expressam todos os nossos sentimentos!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

RIOS



A poesia nunca é igual.
Pode ser o mesmo, o sentimento,
Pode ser o mesmo, o motivo,
Podem ser as mesmas circunstâncias,
Até o poeta pode ser o mesmo,
Mas a poesia nunca é igual.

A poesia é única,
Peculiar,
Singular,
Ímpar,
Atômica!

Ainda que sejam as mesmas palavras
Ainda que sejam as mesmas rimas
Ainda que o verso livre seja o mesmo

A poesia nunca é a mesma
Ainda que unívoca...

E ela nos toca sempre
Com seu jeito inequívoco
De deusa serena

Não importa o lugar,
Não importa a rima
Ou sua ausência
A poesia nos toca,
Arrebata-nos a alma,
Sem pedir licença!

by Léo Frederico de Las Vegas

domingo, 19 de setembro de 2010

JÁ NÃO SEI QUEM SOU



Já não sei quem sou
Só sei que eu não sou
Quem eu era antes.
O mundo gira velozmente
Na velocidade
Das batidas de meu coração!
E o meu coração
É uma colcha de retalhos
Buscando no baú das estrelas
O sentido desta
Minha solidão!
Olho de soslaio para a vida
E percebo o movimento
Das borboletas
E ouço o coaxar dos sapos
Que vão vivendo
Indiferentes
À dor que me dilacera a alma!

by Léo Frederico de Las Vegas

sábado, 18 de setembro de 2010

AOS AMANTES DOS MEUS VERSOS LOUCOS



Eu vos dou de beber da poesia
Que jorra de minh’alma entristecida
Reencenando a cena dolorida
Que me levou embora a alegria…

De beber eu vos dou da fantasia
Que trago camuflada, escondida
Sob o olhar de fênix renascida
Denunciando meu pudor a cada dia.

O pudor de amar sem ser amado,
De entregar meu coração apaixonado
À Moça linda lá da casa de reboco.

Eia! Bebei até fartar-vos desse vinho
Que escondi em meu peito com carinho
Para vós que me achais poeta louco!

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ANGÚSTIA D’ALMA

 

Oh, não! Não me leias!
(Estou amargo!)
Meu poema
É um veneno letal
Para os teus
Ouvidos líricos!

Jamais
Encontrarás versos
Que te exaltem -
Imagem escultural -
Enquanto mulher!

Tampouco
Terás a comoção
De ver teu trabalho
Diversificando-se em mais-valia,
Ó operário em construção!

Mulher,
Musa inspiradora
Dos poetas românticos,
Simbolistas, parnasianos,
Modernistas
És agora
A musa delatora
Dos meus tristes versos
Que pairam
Sobre a miséria do mundo.

Ó operário
Em construção
Que sempre dizias sim
E agora dizes não
Teu não é agora
Carregado de tristeza
E procuro
Encontrar em teu soluço
A resposta
A solução
Para o drama,
Fantástico,
Energúmeno drama
De ser humano.

Oh, não! Não me leias!
Por favor
Faz qualquer outra coisa
Como por exemplo
Ouvir os Mamonas Assassinas
Mas, não me lê!
Por que irias marejar
Teus olhos?

O meu drama
Oh, que patético!
É um veneno letal
Que poderá
Corroer-te a alma
E te lançar
Nesse oceano de desilusões
Em que me encontro.

Teus ouvidos líricos
Precisam de Beethoven,
De Mozart
Embora
Tenham sido eles vítimas
Da mesma melancolia!…

Ó teus olhos precisam
Inebriar-se de Bandeira
Embora este
Tenha-te flagrado
Catando comida
Entre os detritos!

Precisas de Drummond
Com o seu mundo,
Mundo, vasto mundo!
Que embora
Tenha um solo fecundo
A milhões, ouviu?
A milhões nNega o pão!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

ILUSÓRIA MIRAGEM


Cerrando os olhos eu posso ver
A tua lúcida e encantadora imagem
Vindo de mansinho afagar meu ser
Na mais alucinante e ilusória miragem!

E, sendo enlevado pela imaginação
Vejo então que você vem me consolar.
Todo o meu íntimo vibra com emoção
Quando tua boca de estrelas me vem beijar!

Nessa louca miragem, nessa ilusão
Você me beija, me abraça e me ama
E me faz feliz de vez o coração!

Com amor, me levas para a cama
E matas a minha ardente paixão
E me apagas do prazer as vivas chamas!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PARA CANTAR TEU AMOR


Quem me dera a pureza do canto
Dos rouxinóis, sabiás e canários,
Para, no dia de teu aniversário,
Dizer-te, meu bem, que te amo tanto

E que amor maior que o que canto
Não existe em nenhum stradivarius.
O meu vence o tempo - e é necessário -
Crepitando do peito no acalanto.


Queria tanto de rosas coroar-te
E tirar de tua estrada os espinhos
E nos meus versos, pois, eternizar-te...

Cobrir-te, enfim, de dálias e carinho,
Ser o teu escultor, obra de arte,
E ninar nesta manhã teu soninho.

domingo, 12 de setembro de 2010

SONETO DE AMOR EM FACE DA MORTE



Quem das rosas não perceber o brilho,
Nem sorver das estrelas o perfume;
Quem das casernas não acender o lume,
Ou quem da vida não seguir o trilho;

Quem não traçar do poema o estribilho,
Nem dos gregos heróis sentir ciúme;
Nem discernir do verme o vaga-lume,
Querer ser dos deuses não pode filho...

É preciso ter a alma enternecida
Pra inalar o olor das constelações
E a luz ver da mais tenra margarida...

... Nada mais pede a sina de um cantor
Que ser feliz e viver de emoções
E em face da morte falar de amor!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

sábado, 11 de setembro de 2010

CAMUFLAGEM



Perdoe-me ser este ser tão camuflado
Que se despe ante o olhar inquisidor
Da excelsitude quimérica do amor
Que aos meus olhos tens descortinado...

Perdoe-me, pois eu sou barco naufragado
Com a quilha e o leme expostos ao torpor
E o patilhão a soçobrar-se num langor
Que me atormenta o coração atribulado.

Não sou mais que o cavaleiro misterioso
Que te perturba nas noites de insônia,
E se nutre de tua libido e de teu mel.

Perdoe-me, que sou poeta sem vergonha,
Por isso faço o meu cantar pecaminoso
Subir à graça salvadora de teu céu!

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SONETO DA DEUSA HUMANIZADA




Em seu sono inocente, toda nua,
Ela dormia no leito - desmaiada -
Com a face feliz, transfigurada,
Trazendo, no sexo, o esplendor da lua.

Que encanto! Que maravilha! Na sua
Beleza rara de deusa sagrada
Estava pura, ainda que profanada,
Ao toque vil de minha carne crua.

Que desventura de minha amante louca
Viver o intenso amor em devaneio
Com um poeta cuja vida é pouca

Mas que frente a tal deusa, sem receio,
Humaniza-a beijando-lhe a boca
E sugando-lhe o mel da vulva e o seio!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

(IN) FELIZES PARA SEMPRE



O tempo corroeu minha ternura
E o sorriso de meus lábios se esvaiu.
Já não vivo nenhuma aventura,
Meu coração em mil pedaços se partiu

Porque de vidro era - desventura! -
Bem como a flor que em meu jardim floriu.
- A flor de inocência e candura
Que ao meu simples toque sucumbiu!

Meu coração estilhaçado permanece
Entre os cipós e a pátina do tempo
E no jardim - flor alguma reverdece...

Há, tão-somente, uma natureza morta
E um silvo assustador!... Lamento
Da paixão que sucumbiu à Moura Torta!

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

UMA CANÇÃO À LUA CHEIA!


Lua cheia tu és a fonte
Aonde o poeta vem saciar
A sua sede de horizonte
A sua sede de amar.

És meu encanto, ó lua cheia,
A ti um dia quero voar
Fazer castelos em tua areia
Onde o meu bem possa morar.

Quero em ti felicidade
Amor e paz encontrar…
Quero num átimo de saudade
Nas tuas ruas passear

Como minha amada,
Feliz da vida, braços dados!
Ó lua cheia, encanto puro
Dos corações enamorados!

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

AMOR, SUBLIME AMOR



Marta,
O milagre da vida se repete
A cada novo amanhecer…
À medida que o sol e a lua se sucedem
Mais, muito mais amo você!

É um sentimento lindo
Que me invade a alma
E me faz feliz.

Uma vontade louca
De beijar-te a boca
E te ver sorrir!

Quero transformar
Em sincera poesia
A doce sinfonia
Desse teu olhar!

Quero morrer nesses teus suplícios
Pois a vida corre como fumaça…
E nos teus braços plagiar Vinícius:
Te quero tanto, Mulher que passas!…

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A POESIA DE TEUS OLHOS


A poesia dos teus olhos
Esse fulgor que me devora
Vem sussurrar-me ao ouvido:
“Sê feliz!” E mando a solidão embora…

E sobrepondo-me aos desenganos
Sou feliz! Sou feliz porque te amo!

by Léo Frederico de Las Vegas

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...