Ah, cansado estou de ser eu mesmo!
Sim! Cansado estou desse abandono
A que me entrego a fugir do sono
Nas horas tristes em que vago a esmo
No mundo surreal desse outono
Que faz da primavera tricodesmo.
Nesse cansaço já cheguei ao sesmo
De negar-me a essência que agora clono
Neste verso de volúpia e febre.
Estou cansado dessa vida parca,
Desse doce gozar fugaz e breve
Que me deixa, indelével, sua marca.
Cansado de viver esse dilema
Dou ao mundo meu cansaço num poema.
by Manoel da Silva Botelho
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