sábado, 30 de abril de 2011

MORENA




À Marta Moraes Garcia

Morena
Teus longos cabelos - caídos no teu rosto levemente -
Negros como a noite serena e sem luar...
Teus lábios formosos como a rosa escarlate
Sorrindo-me intensamente
E a sedutora magia desse teu olhar...
Morena
Mui bela, faceira,
A tua pele trigueira
Eu quero acariciar!

Morena
Meu adocicado mel
Tens o inebriante perfume da rosa.
Vem! Eu quero envolver-te nos braços meus,
Ó minha meiga morena dengosa!

Quando eu for embora um dia
Para um lugar bem distante daqui -
Quando chegar a triste hora do adeus -
Quero, ó Morena, ver-te nos braços meus...
Ah! Quando enfim eu tiver que me despedir
Quero absorver na tua boca a nostalgia
E unir os meus amargos lábios aos doces lábios teus...
E eu, Morena, levarei comigo a saudade
Dos bons momentos floridos de felicidade
Que contigo gozei como se fosse num himeneu!

Morena
A tua linda imagem
Guardarei em meu coração
Que por ti está batendo a mil...
Aonde quer que eu vá, mulher pequena,
Estás comigo ainda que numa ilusória miragem
Pois és o amor da minha vida, a minha grande paixão.
És a perfeição, o maior encanto e o orgulho do meu Brasil!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

À MINHA SEMPRE E ETERNA BEM-AMADA



Minha doce e sempiterna Bem-Amada,
As precárias palavras de que disponho
Não são capazes de expressar
O grande e eterno amor que sinto por você.
Nem tampouco os brevíssimos segundos
Dos incontáveis minutos das inumeráveis horas
Dos sucessivos dias não são suficientes para mim
Quando estou ao teu lado!

Quero-te eternamente!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O DOCE COMPARTIR DA POESIA



Nestas folhas encardidas pelo tempo
Deixo estes poucos versos que floriram
No meu triste jardim e sucumbiram
Ao estertor de um estranho sentimento.

Se, porventura, quiseres um passatempo
Lê-os, que por isso eles suspiram...
(Versos lidos por almas que transpiram
Piedade, sempre cumprem seu intento!)

Pois é triste o poema que exalado
Do poeta a uma gaveta é jogado
E esquecido em sua beleza torta...

A poesia nasceu pra ser compartilhada
Tal qual o meigo olhar da Bem-Amada
Transforma em vida toda natureza morta!

by Léo Frederico de Las Vegas

domingo, 24 de abril de 2011

A CRISTO JESUS RESSUSCITADO



Lá na cruz do calvário doloroso
Martírio Tu sofreste por me amar
Sendo eu, um reles pecador, ditoso,
Venho, pois, Deus amado, Te adorar!

Do inferno - a pena, do céu - o gozo
Não me demovem para em Ti pensar!
Mas saber que foi para me salvar
Que a vida deste, deixa-me zeloso

Co'um desejo de levar a boa-nova -
Anunciar o Teu santo evangelho -
Que do pecado liberta ao que crer!

Sim, Tu transformas, ó Senhor, em nova
Criatura quem dantes era homem velho,
Pois nem a Morte pôde Te conter!

by Léo Frederico de Las Vegas

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A CRISTO JESUS CRUCIFICADO




Anônimo espanhol - século XVI

Não me move, meu Deus, para querer-Te
O imarcescível céu que hás prometido;
E nem tampouco o inferno tão temido
Para deixar, por isso, de ofender-Te!

O que me move em Ti, Senhor, é o ver-Te
Pregado nessa cruz e escarnecido;
Move-me ver Teu corpo dolorido
As afrontas vis sofrendo tão inerte.

De tal forma Teu amor em mim impera
Que, se o céu fosse um mito, eu Te adorara,
Se um mito o inferno fosse, eu Te temera!

Nada tens que me dar pra que eu Te queira:
Sem esperança em Ti, nada esperara,
Mas Te amara, meu Deus, de igual maneira!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

DA JANELA...




Da janela vendo a vida passar
Curti uma infância apagada.
Minha mãe parecia preocupada:
- Se for à rua esse menino vai brigar!

Não a culpo. Mas minh'alma entristada
Não conseguiu o trauma superar
Da cratera que se fez no meu sonhar
Entortando, de saída, minha estrada!

Mas prossigo minha vida sem lamento.
Da poesia o bálsamo e o lenimento
Me acompanham e eu forjo essa canção

Com o suor das noites vampirescas.
Minha história nada tem de pitoresca,
Mas meu canto afugenta a solidão!

terça-feira, 19 de abril de 2011

O GEMIDO DE PINDORAMA



Meu nome é Juracy
Sou filho forte da floresta
Minha tribo vivia em festa
Quando eu aqui nasci.
Éramos todos felizes:
Baraúna, Jupira, Jacy,
Caminhoá, Pitanga,
Paraguaçu, Imbassaí.
Paz com todos era nosso lema
O meu povo era pacífico
Piragibe, Paranaguá, Jurema
Da união são exemplos específicos.
Comíamos até nos fartar
Capivara, jacaré, mandií,
Cutia, paca, lambari
Maracanã, piranha, gambá!
Siriema, socó, quati,
Saracura, jaó, juriti!
Na roças fazíamos farinha,
Tapioca, broa, tucupi,
Com capricho preparado no tipiti.
Arapuca, arataca, cajá,
Saci, moquém, ariribá,
são palavras do povo meu
Que se incorporaram
Ao falar trazido pelo europeu.
Os brancos vieram
E quase nos destruíram
Sua ambição foi-nos cruel
Maltrataram-nos com desprezo vil...
Mas ainda estamos vivos,
Somos filhos de Deus,
Clamamos por reconhecimento e justiça
Não entregamos os pontos
Estamos na liça
Neste 19 de abril!

by Léo Frederico de Las Vegas

domingo, 17 de abril de 2011

CONVITE LUNAR



Vem, amor, vamos sair, é lua cheia!
E as nuvens invejosas do inverno
Querem cobrir de teu olhar tão terno
A Visão que, prateada, nos enleia!

Vem! Pois no horizonte já se alteia
O amado disco em resplendor eterno!...
Vem ver meu canto humilde, subalterno,
Fazer jus a essa luz que nos rodeia!

Vem! Já fiz das flores do campo o tapete
Por onde vais passar qual soberana
Se tu atenderes, pois, ao meu chamar...

A lua traz-me lembranças de Alegrete!
Pois dou-te a lua e os versos de Quintana
Se hoje, comigo, saíres a passear!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

quarta-feira, 13 de abril de 2011

SONETO DE TERNURA COM AROMA DE MULHER





Roubei às flores campestres sua fragrância verdadeira
E o seu mais puro aroma e seus sonhos e quimeras
Para trazê-los aos teus pés, Cileny Barroso Pereira,
No dia em que tu colhes as tuas quinze primaveras…

Procurei, durante anos, pelos tempos, pelas eras
A imagem que traduzisse e apresentasse prazenteira
Tua doçura de menina (ou tuas garras de pantera)
E a encontrei em tua alma da poesia prisioneira!

Ontem, simples garota, de alma lépida, provinciana!
Hoje, mulher faceira, intrépida, palaciana!
Que saudade de havê-la embalado na canção!

Que vontade de, em meu colo tê-la ninado, criança…
Mas são sonhos, devaneios, delírios!... Mera esquivança
De alguém que foi somente teu pai de alma e coração!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

terça-feira, 12 de abril de 2011

SAUDADE ABUNDANTE



Estou carpindo saudades de você.
Há ternura por todos os meus poros
E eu te rogo, meu bem, e te imploro
Não quero nem sonhar em te perder!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

domingo, 10 de abril de 2011

CANTINHO DA SAUDADE


Cantinho da Saudade é o meu blog
Onde quase sempre venho postar
Arrebóis, luas ternas, brisas do mar
E uma velha ternura de buldogue!

Mergulhe à vontade, mas não se afogue
Nas águas cristalinas desse mar...
E, se não tens motivo pra chorar,
É favor vir outro dia bem mais grogue

Por que aqui encontrarás dilacerado
Um coração em cuja pele tatuado
Está o nome da Eterna Namorada!...

E, se já amaste assim, leitor amigo,
Sei que posso, então, contar contigo
Guarda-o, pois, em segredo: Bem-Amada!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

CANSAÇO



Ah, cansado estou de ser eu mesmo!
Sim! Cansado estou desse abandono
A que me entrego a fugir do sono
Nas horas tristes em que vago a esmo

No mundo surreal desse outono
Que faz da primavera tricodesmo.
Nesse cansaço já cheguei ao sesmo
De negar-me a essência que agora clono

Neste verso de volúpia e febre.
Estou cansado dessa vida parca,
Desse doce gozar fugaz e breve

Que me deixa, indelével, sua marca.
Cansado de viver esse dilema
Dou ao mundo meu cansaço num poema.

by Manoel da Silva Botelho

quarta-feira, 6 de abril de 2011

EM BUSCA DE RESPOSTAS...



Jaime Adilton, Ilha de Marajó...
É ela quem me busca em desespero
Lá no google e a minha dor maior
(Digo-a, pois, sem nenhum exagero)

É saber-me exilado, triste e só
Dentro de mim o sentimento austero
De não ter como viver esse amor
Sem divisar além um entrevero!

E então busco refúgio em Calíope
Que apazigua o meu olhar tão míope
E me faz ver que a vida é mesmo assim.

Nem sempre vencemos o perde-e-ganha.
E que por mais que a dor seja tamanha
Não chegou de tudo, pois, ainda, o fim.

by Jaime Adilton Marques de Araújo

terça-feira, 5 de abril de 2011

INSCRIÇÃO PARA A MINHA LÁPIDE



Que inscrição colocar em minha lápide
Quando saudoso da vida eu estiver
E a Indesejada a sua mão puser
Sobre os meus ombros e sob sua égide
Levar-me, enfim, ao colo bom da tágide?
Certamente as agruras que passei
As paixões e tudo o que vivenciei
Serão sintetizados em um verso
O mais lindo da lira do universo:
- Nesta vida fui feliz porque amei!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

sábado, 2 de abril de 2011

A DESILUSÃO DO MENSTREL



Na vida sou apenas um penetra
E consciente estou do meu papel
Por isso versos procurando o fel
Amenizar faço com rude letra.

Sou chamado, por isso, menestrel
E de um mundo de sonhos sou fenestra
Brincando co'as palavras faço sestra
Mas vivo triste, pois negam-me o céu!

Pois quando chego acaba-se a festa
E minha triste companhia é indigesta
Para alguns e me sinto rejeitado!

Quem sabe um dia num golpe assaz de sorte
Ao colar os meus lábios aos da Morte
Vereis, enfim, meu adeus concretizado!

by Manoel da Silva Botelho

sexta-feira, 1 de abril de 2011

ESCRAVO DA TERNURA



Meu coração de tua ternura é escravo
E servo humilde de teus encantos mil;
No dia em que partiste um como cravo
O acertou em cheio e se partiu.

De todas as mulheres do Brasil
(E olha que nisso o Brasil é pródigo)
Tu és a única que conhece o código
De meu amor secreto e varonil!

Por isso exalto nestes rudes versos
A graça de teu porte natural
Sobranceiro entre os mais diversos

Que existem pululando por aí...
Por isso exalto esse amor total
Que aprouve a Deus dar-me a ti!

by Léo Frederico de Las Vegas

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...