sábado, 19 de maio de 2012

INADIÁVEL ADEUS...



O pêndulo do relógio
Para cá e para lá
Não marca a hora
Do triste adeus
A dolorosa hora
Do prematuro adeus
No entanto, é preciso,
No entanto, é necessário,
É imprescindível
Dizer adeus!
Adeus!

by Olímpio José de Araújo

sexta-feira, 18 de maio de 2012

FELICIDADE E QUIETUDE



Vou construir imensas mocoócas
Para estancar da alma o sentimento
De caboclo das matas que a contento
Ama o verde cinza das tabocas.

Vou proteger meu amor das muriçocas
E tirá-lo dos regos do tormento
Pra que ele possa fluir no barlavento
E explodir em belas pororocas!

Hei de viver meu idílio ribeirinho
Na tapera escondida lá na mata,
Longe do olhar invejoso, escarninho

Dos que querem roubar minha mulata.
Quero ficar em paz com a natura
E bem feliz gozar dessa ventura!

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 17 de maio de 2012

SONETO DE SONHO E NUVEM



Eu quero a claridez do teu olhar
Pra que meu dia não seja nebuloso
Eu quero a fluidez do teu falar
Pra que meu verbo seja mais garboso!

Eu quero teu destino venturoso
Entrelaçado ao meu! E o palpitar
Do leve coração feliz, ditoso,
Pra que eu não veja o tempo passar

E deixe-me a sós sonhar contigo
O brilho fosco da luz da alvorada.
Quero que sejas meu seguro abrigo,

O oásis de minh'alma conturbada.
Se estivesses, pois, aqui comigo,
Tudo isso eu teria, ó Bem-Amada!

by Pedro Paulo de Lima Barreto

terça-feira, 15 de maio de 2012

SE ESTIVESSES AQUI...



Marta,
Minha saudade é imensa,
É devastadora dentro de mim
É um olhar apaixonado
Dirigido silenciosamente ao luar!

Ó minha amada,
Como eu quisera que neste momento
Estivesses aqui comigo!

No mortal silêncio desta noite silenciosa
Imagino você a meu lado...
Ah! Que vontade de acariciar-te,
De tocar cada detalhe do teu corpo
E através das minhas carícias
Expressar todo o meu amor por ti!

Se estivesses aqui
Sem querer querendo
Ousaria tocar-te
Para não perder a suave emoção
Quando minhas rudes mãos
Penetram-te numa deliciosa carícia!
Ousaria tocar-te
Para não perder o íntimo contato
Do teu indelével carinho!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

SER MÃE*


* uma releitura do soneto "Ser Mãe" de Coelho Neto

Ser mãe é ter um coração que vibra
Pelo inocente que lhe suga o seio;
Vencendo obstáculos sem receio
Ser mãe é ser uma mulher de fibra!

É ser um anjo bom que se equilibra
Na corda bamba da vida no anseio
De o desejo realizar alheio
Do ser que em sua terna mão se libra!

É ter nos olhos tristes novo brilho;
Ser mãe é negar-se: ter tudo ou nada
Tanto faz! O que importa é o bem do filho!

É ter sempre nos lábios um sorriso
É sentir-se a mais bem-aventurada:
Ser mãe é ser no mundo o Paraíso!

by Jayme Lorenzini García

sábado, 12 de maio de 2012

QUARTO MINGUANTE DE TRISTEZAS


No afã de ouvir o silêncio da noite
A trafegar em seu cavalo negro
Esmaguei meu anjo da guarda
Que saiu sem rumo, tateando no escuro
Em busca de um colchão de espumas
Prateadas refletindo a lâmina d'água
De um triste quarto minguante
Em sono lunar minguam as tristezas
Que os querubins um dia
Cultivaram em meu coração

by Jayme Lorenzini García

sexta-feira, 11 de maio de 2012

LAMENTO & SOLIDÃO



A lagarta
A crisálida
O menino
A gargalhada
O estilingue
Os estilhaços
Do casulo...

Lamento
E solidão
Do que
Seria
Um dia
Uma
Borboleta
Azul!

by Olímpio José de Araújo

domingo, 6 de maio de 2012

O MISTÉRIO DA LUA


Sabes por que hoje está mais luminosa
A lua do que em outro dia qualquer?
É o apogeu - alguns dirão - e majestosa
A lua fica, por, enfim, aparecer

Mais próxima à terra! (Dadivosa
É a noite em que acontece esse mister)
E os poetas dirão: Ela está radiosa
Porque hoje um verso livre vai nascer.

Mais só eu sei por que a lua venturosa
'Stá de um brilho que a faz embevecer
Deixando-a mais faceira e graciosa!

A lua hoje não está bonita porque quer:
Ela está assim feliz e esplendorosa
Porque emprestou o teu brilho de Mulher!

by Jayme Lorenzini García

terça-feira, 1 de maio de 2012

RESSACA



Enquanto eu dormia
Contigo a sonhar
A alma enternecia
Sozinha a divagar...
O mundo acontecendo
Do muro muito além
O sol amanhecendo
E eu... nesse desdém!

Depois eu acordava
Da doce ilusão
E mais triste ficava
Rebelde sem razão
O peito cá aberto
Clamando por carinho
Se fez então deserto
Perdido, sem caminho...

Ruiu um mundo; o sonho
De ser feliz ruiu
E a rima que componho
É o amor que me explodiu!

by Manoel da Silva Botelho

segunda-feira, 30 de abril de 2012

VIDA ALHEIA



Entre aspas levo a vida.
Não a que me foi dado viver
Mas a outra pela qual fui conhecido
Sem ter tido coragem de desmentir...
Pessoa e seus heterônimos
Sempre habitaram em mim!

by Jayme Lorenzini García

quinta-feira, 26 de abril de 2012

CUMPRIMENTOS D'AMOR



Bom dia,
Flor do dia
Que alegria
Tua companhia
Na poesia
Amanhecida!

Boa tarde,
Flor da tarde
Que sem alarde
Vieste tarde
Para o mar de
Minha vida!

Boa noite,
Flor da noite
Que traz o açoite
De pernoite
Desiludida!

Bom dia,
Flor do dia!...

by Pedro Paulo Barreto de Lima

quarta-feira, 25 de abril de 2012

CONECTADO

Ao Emanuel G. Matos,
autor de Nostalgia

O homem tem mais poder
De acordo com a invenção.
É possível com o tablet
Trazer o mundo à mão!

by Jayme Lorenzini García

terça-feira, 24 de abril de 2012

MINHA CABROCHA



Meu coração é um salão de dança
Esperando a moça de Alenquer
Que chega seduzindo e me lança
Um olhar que me faz enrubescer

Um olhar onde vai subjazer
Meu desejo de bem-aventurança
E que me faz sonhar, ter esperança,
De perder-me em seu corpo de mulher!

Mulata jovem, viçosa e feliz,
É a melhor definição que dá Aurélio
A quem é da minha vida imperatriz!

Por quem meu ser inteiro desabrocha
Ganhando antecipado qualquer prélio
Sou assim, porque és minha, ó cabrocha!

by Olímpio José de Araújo

quinta-feira, 19 de abril de 2012

GRITOS DA SELVA



Nós, guerreiros da selva,
Filhos de Guaracy
Erguemos nossas vozes
E fazemos saber que

Quando a mãe natureza era nosso lar
Quando a noite estrelada nos velava o sono
Quando a lua - lampião pairando no alto -
Iluminava as nossas tabas
Quando éramos todos
Bravos guerreiros, mas irmanados
Quando nossas nações eram todas soberanas
Quando nosso viver era um poema de paz...

Então os homens brancos chegaram!...

Eles deveriam ter ficado contentes
Por encontrar nos mares do Sul
Gente como eles - heróis em seus feitos!

Contudo, seu contentamento foi diferente
E nos soou aos ouvidos como silvos de morte.

Assim que o primeiro barco caravela chegou ao Brasil
E o branco contaminou com seus pés nosso solo selvagem
Começou o nosso sofrimento.

Com fome sanguinária e aurífera
Pregando a vida que provém da Cruz,
Mas trazendo a morte em seu seio
O homem branco através de terríveis massacres
Procurou destruir nossos costumes
Impondo-nos modos de vida que não queríamos
Nem podíamos assimilar.

Fomos classificados como seres irracionais,
Embora tivéssemos cultura própria...
Fomos transformados em escravos
Nós, que dantes éramos os bravos Filhos do Sol!

Tentaram, mas não nos eliminaram de todo!
Somos poucos, é verdade,
Mas estamos cônscios de que somos
A cultura prima da terra e céu
Por mais que tentem nos ignorar
Sobreviveremos
Pois, acima de tudo,
Somos filhos de Deus!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 16 de abril de 2012

INCOMPLETUDE













Descobri faltar vocábulos
No dicionário poético
Para descrever as fábulas
De um amor dietético!

by Jayme Lorenzini García

sábado, 14 de abril de 2012

O AMOR E O TEMPO






Quero escrever em tua pele meu destino
Com o ardente conta-gotas da paixão;
E as tintas rubras usar do coração
Pra expressar minha libido em desatino.

(Quero voltar no tempo e ser menino
E, assim, fruir a doce satisfação
De enlaçar entre as minhas a tua mão
E trazê-la do meu peito ao torvelino...)

O meu querer, no entanto, é tolido
Pelo espaço-tempo que me devora
Os muitos sonhos qual se fosse uma áspide!...

Ó Cibely, não sei porque hei sofrido,
Mas sei que a angústia cruel me apavora
Do tempo que a tudo encerra em sua lápide!

by Olímpio José de Araújo

quarta-feira, 11 de abril de 2012

DIVAGAÇÕES




Mergulhado na penumbra da madrugada sem estrelas
Ouvindo o silvo moribundo do silêncio
Um pensamento quebra meus devaneios
E, com o tablet em minhas mãos,
Testo o touchscreen de minha poesia!

A folha em branco é um desafio:
Que hei eu de escrever
Se não me ocorre nenhuma ideia
De galanteios, floreios românticos,
De paixonite aguda,
De sofrimento sem quê nem pra quê?

Que há de expressar o leve toque
Que imprimo à superficie serena do tablet
Se esqueci as lições de métrica
Que eram meu alento em criança?

Que rimas hão de florir meus sentimentos
Se o que sinto está impregnado
Do bafejo selvagem e solto
Da poesia pós 1922?

Na jovem madrugada sem estrelas,
Mergulhado na mais sombria penumbra
Meus dedos nervosos escrevem
Na superfície (in) sensível do tablet
Os versos que cortam o silêncio
Que se esfacela, moribundo,
Na íris do horizonte plúmbeo.

Mergulhados, na madrugada sem luz,
Meus dedos fabricam
O meu dormido pão diário!

by Manoel da Silva Botelho

domingo, 8 de abril de 2012

ANTES QUE O DIA SE VÁ...



Antes que o brilho triste
De teus olhos tontos
Apague a chama da esperança
Que há nos meus
Antes que te envolvam
Trevas espessas do desencanto
Deixa que eu me vá, amor,
Embora pra os seios teus!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

sábado, 7 de abril de 2012

MUITO MAIS QUE PALAVRAS...



As palavras por mais que sejam belas
Não expressam nem traduzem fielmente
O sentimento que tenho por ti.
Tenho algo guardado a sete chaves
Dentro do coração e que pertence somente a ti.
Tenta ler nos meus olhos toda a nossa história
De amor e depois me diz se tudo
Em mim não expressa essa nostalgia
Que faz parte do amor que te tenho. É algo misterioso
Porque não posso explicar. Não sei porque te amo,
Apenas amo e... Como eu quisera que isto bastasse!
...Tu, tão-somente tu, em minha vida
E eu voltei a sorrir outra vez!
Com este teu jeito meigo de ser,
De encarar a vida sem temer o futuro,
De provar pra si mesma
Não obstante os problemas,
Que deve e pode ser feliz,
Fizeste-me sair da beira de um precipício que me conduzia à morte.
Tenho vontade de beijar-te continuamente
Porque tenho medo de perder teu delicioso beijo
Tenho vontade de abraçar-te e acariciar-te,
De provar que te amo, porque és minha ilusão,
Minha doce morena, minha paixão.
E na minha vida, hás de estar sempre em meu coração!

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 5 de abril de 2012

JAMAIS ME ESQUECEREI DO NOSSO IDÍLIO


Nesta hora de total ternura e desprendimento
Esmaga-me violentamente
A tua saudade, meu amor!
Sinto saudades do nosso primeiro beijo
Beijo que me fez te amar.
Da doce surpresa que me fez estremecer
E entregar-me, sem reservas, ao teu amor.
Bem sabes que eu não via mais beleza na vida;
Para mim o amor tinha um gosto amargo;
Entretanto, apareceste na minha vida
Deixando marcas profundas que nem o tempo
Conseguirá apagar.
Cicatrizaste todas as minhas feridas
E me fizeste feliz.

É difícil acreditar,
Pois o que vivo é lindo demais
Para ser verdade.
Vivo mais um dia de intensa felicidade
Porque te amo!
Porque descobri belezas que outrora, por falta
De amor, não enxergava.

Presentemente têm mais encanto
As noites estreladas
Trazem-me uma graça indizível
As esplendorosas noites de luar...
O cântico dos pássaros não me soa monótono
Aos ouvidos, mas me trazem a melodia do amor!
E é justamente isso que me faz feliz,
Pois se sou capaz de sonhar
Sou também capaz de tornar meus sonhos realidade.

Talvez não acredites, mas hoje acordei feliz.

E como se fosse um sonho, ouvi a amiga cotovia
Entoar suas mais alegres notas musicais
E pensei na impossível possibilidade de ser um pássaro,
Um beija-flor cuja suprema felicidade nesta vida
Fosse beijar continuamente a linda flor dos lábios teus!...

... E o alegre canto da cotovia
Anunciava que já a madrugada cedia seu lugar
A um dia cheio de ternura e amor.
Levantei alegremente. Os versos começaram a
Surgir em meus pensamentos. Peguei caneta e papel
E... Eis-me aqui... Traduzindo em palavras
A chama desse amor que me consome,
Escrevendo esta mensagem cujo teor
É a expressa linguagem do meu coração
A te falar de um amor que já toma conta de mim.

Não sei qual será meu destino,
Pois a vida nos reserva surpresas,
Mas, sejam elas quais forem
Fica no ar uma certeza:
Jamais me esquecerei do nosso idílio!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 4 de abril de 2012

INVENÇÃO










Introduzo a felicidade
No frágil frasco da vida
Para, sem fatalidade,
Amar-te, minha querida!

by Léo Frederico de Las Vegas

segunda-feira, 2 de abril de 2012

REFÚGIO



Filho da lua, trago na alma vestígios
De um canto edulcorado no pincel da solidão...
Pássaro sem asas, mergulho até o Estige
E roubo aos vampiros esta lúgubre canção!

Noite à fora, inalo, com tal sofreguidão
A vida, meu consolo - que estou sem remígios -
E espalho sem medo meu canto em precaução
Apesar do assédio impuro da Estrige

Que me levou a fé, e a alegria , e a sombra
E me deixou angustiado, desnudo, sem paz
E sem esperança e sua verde alfombra!

Pois meu canto é refúgio à margem dos medos,
É o mais popular de meus antigos segredos
É um verso no qual o meu ser se compraz!

by Léo Frederico de Las Vegas

sábado, 31 de março de 2012

ESPREITANDO O AMOR



A lua vadia, uma luz fraca, mortiça
Estendia, displicente, com preguiça
    Em nossa cama (oh, dulçor!)
E as estrelas em sonatas dolentes
Umas longe demais, outras cadentes,
    Velavam o nosso amor!

sábado, 24 de março de 2012

SONETO DE AMOR & TÉDIO



É na ilusão da improdutividade
Que produzo as canções de amor e lua
Falando dessa dor que me invade
O peito que sangrando continua!

Chego a fingir que é pura verdade
Essa ausência que se não extenua
E me embriago de tristeza e saudade
Rimas esparsas jogando pela rua...

Oh, ócio que penetra minhas veias
Para só parasitar a minha alma,
Essa aranha temível e sem teias!

Quis um poema de amor, caluda!...
E eis aqui (calma meu estro, calma)
Só me saiu essa canção insossa e muda!

by Manoel da Silva Botelho

segunda-feira, 19 de março de 2012

BUSCO-TE, ETERNO E GRANDE AMOR!




Busco-te na gota de orvalho
Que embriaga a flor
Na borboleta que
Saindo da crisálida
Ensaia seu primeiro voo!

Busco-te nos suspiros
De Romeu e Julieta
Nos botões de uma rosa
Envaidecidos de serem
O pouso de uma borboleta!

Busco-te no perfume das rosas
Que encantam meu jardim
No cálido beijo do sol
Que feliz, faceiro,
Vem acordar a mim!

Busco-te, porque és
Meu céu, meu paraíso!
Tu és tudo em meu sonho
És o eterno e grande amor
Que eu preciso!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

domingo, 18 de março de 2012

SONETO DE DOR E DE DESESPERO...




O meu sonho perdeu-se no banzeiro
Que causaste passando em minha vida
Qual Mãe D'água levando de vencida
Na triste igara o índio sem roteiro.

Não comportou meu sonhar tua partida
E por isso eu divago o dia inteiro
Na selva da paixão - grande guerreiro -
A buscar a tua graça imerecida.

Pois, na ânsia de novos horizontes,
Tu partiste e nem sequer olhaste
Para trás a ver quem, esfacelado,

Ficara a chorar no cais, nas pontes:
De dor - porque meu pranto provocaste;
De desespero - pois fui abandonado!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

quinta-feira, 15 de março de 2012

INTERMINÁVEIS DIAS...

 

ao Zack Itamar Vasconcelos
Há dias que me sinto cansado
Há dias que me sinto tristonho
Há dias que de tão desolado
Nenhum triste verso componho.

Há dias que me roubam a noite
Há dias que sufocam minh'alma
Que se esquiva do fero açoite
Da Megera que me tira a calma...

Há dias que um grande vazio
Se instala na minha vida
E a corrói fio após fio!

Há dias que de tão combalida
Minh'alma no ócio do cio
Chafurda, na lama, perdida!

by Manoel da Silva Botelho

segunda-feira, 12 de março de 2012

ÚLTIMA SOMBRA



Quem és tu, sombra antiga e companheira
Que nem ao menos foste Namorada,
Mas do poeta a sempre Bem-Amada
Musa inspiradora, única e primeira?!

Por que vens na minha hora derradeira
Beijar-me a face triste e cansada,
Se - inclemente - o tempo pela calçada
Expôs ao vento a minha vida inteira?!

Por que vens atiçar-me o fogo extinto
E acender-me o braseiro por instinto
Se me falta o vigor da juventude?!

Oh, anjo louco! Pra quê todo esse alarde
Se chegas já, pra minha vida, tarde?...
Por que não vieste quando amar eu pude?!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

sexta-feira, 9 de março de 2012

A VIDA, APESAR DE TUDO!


Uma gaivota passeia no céu da tarde
E ele não está mais aqui
Para registrar acontecimento tão banal...
Uns filhotinhos de leão
Recebem de sua mãe
As lições de como conquistar a vida
E ele não mais aqui está
Para achar isso estupendo
E estupidamente poético.
A vida continua acontecendo
A seu bel-prazer!

Ele, agora, transformado em humus
Faz parte da vida
Em sua morte silenciosa
E prematura
Cheia de adeuses e flores...

Ele é a própria seiva
vital que nos anima
Nesta tarde tão cinzenta!

Que saudades,
Que dores,
Que saudades...

A vida acontece
Apesar de tudo...

by Jaime Adilton Marques de Araújo

terça-feira, 6 de março de 2012

O CÂNTICO DOS CÂNTICOS



Teus mamilos encantam meu olhar
E me fazem vibrar o corpo inteiro...
Paira uma réstia de luz sublunar
Sobre as maçãs de teu rosto faceiro!

E esse encanto prossegue verdadeiro
Trazendo-me de volta o doce lar
Uma névoa, deixando, sorrateiro
De saudade, teu sorriso a pratear!

E me seduz teu canto de sereia
E me envolvem os teus braços de giz
E as tuas doces carícias de areia

Que me lembram o quanto fui feliz,
Quando sob o esplendor da lua cheia
Eu fui teu Salomão, minha Belquis!!!

by Pedro Paulo Barreto de Lima

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...