AMOR, IMPURO AMOR!




Queria apenas poder ser puro como tu és
Para amar-te demorada, tranquilamente...
Mas... é que eu fui picado pela Serpente
E tenho apenas o amor impuro dos infiéis!

E que a pureza do que eu sinto ternamente
Fosse mais que os meus cansaços, meus lauréis
Para eu trazer-te, em oferenda, aos teus pés
Toda a ternura de meu peito impudente!

Mas eu fui contaminado pela Megera
Petrificado pelo olhar libidinoso
De Medusa enciúmada do olor de Hera!

E, por isso, na alma torpe que se aclara
Trago essas cinzas de um amor desventuroso
Que em volúpias desfez-se, ardendo, em tua ara!

by Jayme Lorenzini García

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