A minha alma quebrou-se em mil cacos:
Vidros, vidrilhos - pobres diamantes!...
Sinto a vida, às vezes, um pé-no-saco
E uma aventura assaz dilacerante.
(Inda que eu seja um servo vil de Baco
E de Calígula um dos mil amantes
Há de haver sempre um vazio - buraco
A corroer-me sem dó a todo instante!)
A minha alma quebrou-se: isto é fato!
Mil pedaços de um ser estupefacto
Ante a angústia sem par do existir!
Peço vênia à vida, peço penico:
Cada vez que me quebro, multiplico
E cicatrizo uma dor que não senti!
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