quarta-feira, 30 de maio de 2012

POEMA PARA DOCIVAL...













Caro Docival,

Há terremotos
No Brasil...

É o tempo do fim
Percebes?!

Atesta-se
A veracidade
Dos antigos
Pergaminhos!

Estrelas cadentes
Se esfacelam
Borrifando
Os céus
De uma luz
Punjente
E tu, querido amigo,
Não estás aqui
Para rires
de meus devaneios!

A poesia
Está mais pobre
Sem as metáforas
De teu verso
Incandescente!

É o fim das rimas
É o fim dos verbos
É o fim dos tempos
É o fim do fim...

Só não é o fim
Dessa imensa saudade
Que tenho de ti!

by Jaime Adilton Marques de Araújo

sábado, 26 de maio de 2012

O DRAMA DE UM MENOR ABANDONADO

 

Mãe, por que me abandonaste ao léu do Destino?...
Pai, por que me deixaste quando ainda menino?...
Pai, Mãe, respondam-me: eu tenho que saber o porquê!
Eu era simplesmente um indefeso quando vocês
Condenaram-me ao desprezo como se eu fosse um assassino...

Ah, meus pais! Fui condenado a dormir ao relento...
E, no lixão, todo santo dia procuro o meu alimento;
Vez ou outra, vou encontrá-lo no dinheiro que nos pedestres
Eu furto, sendo por este ato chamado de pivete...
Mas, nem isto basta para o meu sustento...

Clamo, mas por ninguém minha voz é ouvida;
Não há quem me queira dar guarida...
Cúmulo da injustiça, sou marginalizado,
Para os homens não sou mais que um menor abandonado
E um daqueles a quem foi negado o direito à Vida!

Essa é minha história!... A ponte é meu abrigo;
Sofro muito, mas ninguém, Deus meu, chega comigo,
E me convida pra em sua casa habitar
Ao contrário: nas grandes da prisão vou parar
Se para alguém eu representar perigo!

Minha vida é um dilema! Esta é minha triste sorte!
Das injúrias da sociedade sou o alvo forte...
E o combate com a polícia é meu último castigo;
Tomba um corpo ao chão! Nada, não! É dum mendigo...
Sou desprezado de todos até na minha morte!

by Olímpio José de Araújo

sexta-feira, 25 de maio de 2012

ADOLESCENDO PARA O AMOR



Entre dois cajueiros
Minha rede balançava
E eu enternecido sonhava
Com o amor verdadeiro
O dia quente estava
E a brisa brejeira brincava
Com os caracóis do meu cabelo
Malandro, eu namorava
O corpo escultural da mulher que caminhava
Fagueira pelo jardim do meu sonho!

by Léo Frederico de Las Vegas

quarta-feira, 23 de maio de 2012

ESTAÇÕES



Foi você
Que me trouxe a primavera
Foi você
Que me tirou dessa quimera
Foi você
E a luz do teu olhar
Que me tirou desse abandono
Da letargia desse outono
E me fez, enfim, te amar!

Foi você
Que me trouxe o verão
Foi você
Que me atirou nessa paixão
Foi você
E a ternura desse olhar
Que vindo manso, meigo e terno
Mandou embora o inverno
Só pra eu poder te amar!

Foi você
E a placidez do teu olhar
Que me arrancou do meu sossego
Me fez vagar à toa, a esmo,
Só para te reencontrar...

by Pedro Paulo Barreto de Lima

terça-feira, 22 de maio de 2012

AMOR & PRAZER



Ontem à noite sonhei com teus lábios
Teus pequenos lábios em minha boca
E eu reinventei a canção desesperada
De Pabro Neruda e seus sequazes.
Ontem, sob o ardente frêmito
De minha língua em chamas
Gemias palavras desconexas
E gozavas um agridoce mel
Com a fúria de uma leoa
Faminta de amor
E eu te dei prazer
E eu te dei amor!!!

by Daniel Jônatas M. de Queirós Mauá Jr.

domingo, 20 de maio de 2012

INTERROGANDO A LUA NOVA



Ah,
Lua nova de maio
Porque me feres os olhos
Com teu fino halo prateado,
Com tua inocente  luminescência de um sol nascente?
Porque me acalantas o sonho
De poeta bêbado e moribundo
Que é por vezes esquecido de Calíope
No calabouço fétido de um mundo
Mergulhado no oceano da ignorância?
Onde a esperança, lua nova,
Vai pousar suas asas,
Se a atmosfera terrestre
Está tomada pelo gás carbônico
Da insensatez humana?
Onde o espaço para o lúdico
De teu benfazejo recomeço?!

by Olímpio José de Araújo

sábado, 19 de maio de 2012

INADIÁVEL ADEUS...



O pêndulo do relógio
Para cá e para lá
Não marca a hora
Do triste adeus
A dolorosa hora
Do prematuro adeus
No entanto, é preciso,
No entanto, é necessário,
É imprescindível
Dizer adeus!
Adeus!

by Olímpio José de Araújo

sexta-feira, 18 de maio de 2012

FELICIDADE E QUIETUDE



Vou construir imensas mocoócas
Para estancar da alma o sentimento
De caboclo das matas que a contento
Ama o verde cinza das tabocas.

Vou proteger meu amor das muriçocas
E tirá-lo dos regos do tormento
Pra que ele possa fluir no barlavento
E explodir em belas pororocas!

Hei de viver meu idílio ribeirinho
Na tapera escondida lá na mata,
Longe do olhar invejoso, escarninho

Dos que querem roubar minha mulata.
Quero ficar em paz com a natura
E bem feliz gozar dessa ventura!

by Léo Frederico de Las Vegas

quinta-feira, 17 de maio de 2012

SONETO DE SONHO E NUVEM



Eu quero a claridez do teu olhar
Pra que meu dia não seja nebuloso
Eu quero a fluidez do teu falar
Pra que meu verbo seja mais garboso!

Eu quero teu destino venturoso
Entrelaçado ao meu! E o palpitar
Do leve coração feliz, ditoso,
Pra que eu não veja o tempo passar

E deixe-me a sós sonhar contigo
O brilho fosco da luz da alvorada.
Quero que sejas meu seguro abrigo,

O oásis de minh'alma conturbada.
Se estivesses, pois, aqui comigo,
Tudo isso eu teria, ó Bem-Amada!

by Pedro Paulo de Lima Barreto

terça-feira, 15 de maio de 2012

SE ESTIVESSES AQUI...



Marta,
Minha saudade é imensa,
É devastadora dentro de mim
É um olhar apaixonado
Dirigido silenciosamente ao luar!

Ó minha amada,
Como eu quisera que neste momento
Estivesses aqui comigo!

No mortal silêncio desta noite silenciosa
Imagino você a meu lado...
Ah! Que vontade de acariciar-te,
De tocar cada detalhe do teu corpo
E através das minhas carícias
Expressar todo o meu amor por ti!

Se estivesses aqui
Sem querer querendo
Ousaria tocar-te
Para não perder a suave emoção
Quando minhas rudes mãos
Penetram-te numa deliciosa carícia!
Ousaria tocar-te
Para não perder o íntimo contato
Do teu indelével carinho!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

SER MÃE*


* uma releitura do soneto "Ser Mãe" de Coelho Neto

Ser mãe é ter um coração que vibra
Pelo inocente que lhe suga o seio;
Vencendo obstáculos sem receio
Ser mãe é ser uma mulher de fibra!

É ser um anjo bom que se equilibra
Na corda bamba da vida no anseio
De o desejo realizar alheio
Do ser que em sua terna mão se libra!

É ter nos olhos tristes novo brilho;
Ser mãe é negar-se: ter tudo ou nada
Tanto faz! O que importa é o bem do filho!

É ter sempre nos lábios um sorriso
É sentir-se a mais bem-aventurada:
Ser mãe é ser no mundo o Paraíso!

by Jayme Lorenzini García

sábado, 12 de maio de 2012

QUARTO MINGUANTE DE TRISTEZAS


No afã de ouvir o silêncio da noite
A trafegar em seu cavalo negro
Esmaguei meu anjo da guarda
Que saiu sem rumo, tateando no escuro
Em busca de um colchão de espumas
Prateadas refletindo a lâmina d'água
De um triste quarto minguante
Em sono lunar minguam as tristezas
Que os querubins um dia
Cultivaram em meu coração

by Jayme Lorenzini García

sexta-feira, 11 de maio de 2012

LAMENTO & SOLIDÃO



A lagarta
A crisálida
O menino
A gargalhada
O estilingue
Os estilhaços
Do casulo...

Lamento
E solidão
Do que
Seria
Um dia
Uma
Borboleta
Azul!

by Olímpio José de Araújo

domingo, 6 de maio de 2012

O MISTÉRIO DA LUA


Sabes por que hoje está mais luminosa
A lua do que em outro dia qualquer?
É o apogeu - alguns dirão - e majestosa
A lua fica, por, enfim, aparecer

Mais próxima à terra! (Dadivosa
É a noite em que acontece esse mister)
E os poetas dirão: Ela está radiosa
Porque hoje um verso livre vai nascer.

Mais só eu sei por que a lua venturosa
'Stá de um brilho que a faz embevecer
Deixando-a mais faceira e graciosa!

A lua hoje não está bonita porque quer:
Ela está assim feliz e esplendorosa
Porque emprestou o teu brilho de Mulher!

by Jayme Lorenzini García

terça-feira, 1 de maio de 2012

RESSACA



Enquanto eu dormia
Contigo a sonhar
A alma enternecia
Sozinha a divagar...
O mundo acontecendo
Do muro muito além
O sol amanhecendo
E eu... nesse desdém!

Depois eu acordava
Da doce ilusão
E mais triste ficava
Rebelde sem razão
O peito cá aberto
Clamando por carinho
Se fez então deserto
Perdido, sem caminho...

Ruiu um mundo; o sonho
De ser feliz ruiu
E a rima que componho
É o amor que me explodiu!

by Manoel da Silva Botelho

Campeão de Acessos

DESILUSÃO...

De tanto te amar De tanto sonhar Que seria feliz Foi que eu me acabei Meu sonho quebrei E hoje sou infeliz… Por te amar tinha me...